Moura: papel é ajudar, não atrapalhar o governo.

A bancada estadual do PMDB decidiu levar em “banho-maria” as definições sobre a disputa pela presidência da Mesa Executiva da Assembléia Legislativa.

A posição do governador eleito, senador Roberto Requião (PMDB), que considera o atual presidente, deputado Hermas Brandão (PSDB), como um aliado, desencorajou algumas alas peemedebistas que pensavam em bater chapa com o tucano. Em reunião anteontem à noite, os deputados do partido de Requião resolveram unificar o discurso dizendo que é muito cedo para definir posições sobre a eleição da Mesa, marcada para 1.º de fevereiro de 2003.

O líder da bancada, deputado Nereu Moura, um dos que anteriormente havia defendido o lançamento de um candidato próprio do partido, afirmou ontem que mantém sua posição mas já faz ressalvas. Diz que não vê dificuldades em compor com Hermas Brandão. “Se isso favorecer a governabilidade, temos que discutir o assunto. Nosso papel, como deputados do PMDB, é ajudar, e não atrapalhar o governo”, afirmou.

Moura disse que é necessário pensar na correlação de forças na próxima legislatura, antes de o partido definir uma posição. Ele mencionou que o governador eleito vai precisar de uma base de sustentação bem maior que os oito deputados do seu partido. “O PMDB só tem oito deputados. Para ter maioria na Casa, são necessários 28. Temos que levar isso em consideração”, afirmou.

Na terça-feira da próxima semana, os peemedebistas vão se reunir com as bancadas atual e futura do PT. Querem conversar sobre a eleição da Mesa e a formação do bloco de apoio de Requião na Assembléia. A princípio, os deputados do PT sinalizam para o lançamento de uma candidatura própria para concorrer com Brandão.

Beneficiado

O presidente da Assembléia elogiou a decisão de Requião de não interferir diretamente no processo eleitoral. A decisão favorece o deputado. “A posição dele é correta porque a Assembléia é um poder independente. É importante que ele deixe a sua base aliada decidir”, afirmou o deputado, que saiu favorecido pela postura do governador eleito, já que se Requião incentivasse o PMDB, certamente o partido lançaria um nome para concorrer com o tucano.

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