A executiva estadual do PMDB decidiu dar um voto de confiança ao vice-governador Orlando Pessuti. Em reunião anteontem à noite, deputados estaduais e federais e lideranças do partido aprovaram a proposta de lançamento de Pessuti como pré-candidato ao governo nas eleições de 2010.

continua após a publicidade

Ontem, o vice-governador almoçou com os deputados para agradecer o apoio e na próxima segunda-feira, 9, participa da reunião da executiva que vai definir a estratégia de construção de sua candidatura.

A iniciativa da executiva proporciona um fôlego ao vice-governador, que enfrenta resistências internas para levar adiante seu projeto de concorrer à sucessão do governador Roberto Requião (PMDB).

A começar pelo governador, que ainda não sinalizou apoio às pretensões do vice, que também estava tendo sua pré-candidatura minada por deputados que preferem apoiar uma chapa que tenha o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB) como candidato.

continua após a publicidade

O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, espera ter estancado o processo de desconstrução de Pessuti com a decisão da Executiva. “No PMDB, todos podem se manifestar e dar suas opiniões. Mas houve uma votação e, por unanimidade, decidimos que o Pessuti será nosso candidato”, disse o presidente estadual. Sobre a posição de Requião, a maioria dos peemedebistas acha que ele deverá se dobrar à preferência do partido pela candidatura de Pessuti.

As dissidências, entretanto, estão mantidas. O deputado Mauro Moraes foi à reunião, ouviu tudo calado e saiu com a mesma opinião: o PMDB deveria indicar o candidato a vice-governador de Beto ou do senador Osmar Dias (PDT).

continua após a publicidade

“Não podemos fazer o mesmo vexame que foi a eleição de Curitiba no ano passado. O Pessuti é uma pessoa extraordinária. Mas esta eleição ninguém tira do Osmar ou do Beto. Não podemos expor o Pessuti a este tipo de candidatura”, disse.

Pugliesi já pensa em acionar a Comissão de Ética do partido para Moraes. “Vou ver se a Comissão tem alguma posição sobre isso. Ele teve o momento de se manifestar na reunião e ficou mais calado que uma pedra”, atacou o dirigente peemedebista.

Para o deputado Caíto Quintana, Pessuti tem mais de um ano para mostrar sua viabilidade eleitoral. “É natural que a esta altura todas as candidaturas sejam embriões. E a do Pessuti não é diferente disso. Vamos medir lá na frente. Eu acredito no crescimento do Pessuti”, disse Quintana, que classificou como “absurda” a avaliação de Moraes.

O vice-líder do partido na Câmara dos Deputados, deputado federal Rodrigo Rocha Loures, disse que é natural que o PMDB tenha um candidato próprio ao governo. “Não tem cabimento o PMDB deixar de ser protagonista político para ser coadjuvante, pois o nosso partido ganhou todas as disputas que realizou”, disse.