O PMDB instala hoje o Conselho Municipal de Curitiba, concebido para reconciliar as duas alas, cujas divergências ameaçam implodir a sigla em Curitiba. Os primeiros integrantes do Conselho serão anunciados, durante a apresentação da programação do Congresso Municipal, marcado para abril. Além dos deputados estaduais Alexandre Cury, Rafael Greca e Mário Bradock (ele transferiu seu domicílio eleitoral para Curitiba na semana passada) e do deputado federal Max Rosenmann, irão compor o conselho nada menos do que quatorze integrantes do primeiro escalão do governo.

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O conselho, que funcionará como um órgão auxiliar do diretório municipal, comandado pelo ex-vereador Doático Santos, deve ter a participação de todos os os secretários com domicílio eleitoral, em Curitiba: Nizan Pereira (Assuntos Estratégicos), Maurício Requião (Educação), Claudio Xavier (Saúde), Luiz Claudio Romanelli (Cohapar), Reinhold Stephanes (Planejamento), Renato Adur (Desenvolvimento Urbano), Stênio Jacob (Sanepar), Vera Mussi (Cultura), Aldair Rizzi (Ensino Superior, Ciência e Tecnologia), Heron Arzua (Fazenda), Luis Mussi (Indústria, Comércio e Mercosul) e Milton Buabssi (Relações com a Comunidade).

A proposta não alcançou a unanimidade dos dissidentes. Ontem, enquanto o presidente do diretório estadual, deputado Dobrandino da Silva, sinalizava que a proposta contempla o grupo do qual faz parte e que pressionava pelo afastamento de Doático, o líder da bancada na Câmara Municipal, vereador Paulo Salamuni, desqualificava a fórmula. Em protesto, Salamuni e os dois outros vereadores do PMDB, Luiz Felipe Braga Cortes e Reinhold Stephanes Júnior, não participarão da reunião de hoje.

Para Dobrandino, o conselho é uma demonstração de boa vontade para a revitalização do partido. "Decisões como essa reforçam a busca pela reestruturação do PMDB em Curitiba. Fico feliz em constatar a união das duas alas do partido em Curitiba. É vital para o fortalecimento do PMDB que se busque um entendimento", declarou o dirigente estadual.

Fracasso

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Já Salamuni não vê utilidade no conselho. O vereador acha que se trata apenas de "uma cortina de fumaça" para encobrir os verdadeiros problemas do partido. "O que é preciso é criar uma comissão provisória. O partido não precisa de um conselho, mas de ser administrado com transparência, com um trabalho para novas filiações e de organização da convenção de outubro", criticou.

O conselho está fadado ao fracasso, previu Salamuni. "Se o partido já não funciona com um mandando, imagine com um grupo. Isso é democratismo, assembleísmo para evitar enfrentar os problemas de frente. O único resultado é que criaram mais uma instância. Quem é que vai ser a rainha da Inglaterra? E o primeiro ministro, o Doático ou o Greca?", atacou o vereador.

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Segundo ele, em que pese a disposição dos deputados estaduais, não dá para deixar de levar em consideração que eles todos já integram a cúpula do partido. Para o vereador, enquanto o PMDB não passar por uma remodelação geral, o conflito vai continuar. Mas desta vez, apontou, o problema maior será dos deputados, federais e estaduais, que precisam que o partido funcione para a eleição do próximo ano.

O encontro do PMDB será realizado no Hotel Braz, na Boca Maldita. O governador Roberto Requião não deve comparecer à reunião, que terá uma palestra do ex-dirigente estadual do partido, Nivaldo Kruger.