Fotos: O Estado |
Requião, Rigotto e Itamar Franco: sucessão presidencial não tira o sono das lideranças regionais. |
Com o único pré-candidato oficial até o momento – Anthony Garotinho – em plena greve de fome, o PMDB vive uma fase de desorientação geral em relação à sucessão presidencial. No Paraná, a posição do governador Roberto Requião, que orienta o voto da maioria do partido no Estado, ainda é um enigma para uma boa parte dos peemedebistas, que se reúnem esta semana em Curitiba para discutir como vão se posicionar na convenção do próximo dia 13.
Um dos delegados à convenção nacional, o deputado estadual Caíto Quintana, disse que ?o PMDB está sujeito a tudo?, até mesmo a ficar sem candidato próprio à Presidência da República. ?Hoje, é temerário arriscar um palpite sobre o que vai ocorrer com o partido. A convenção é no dia 13 e há uma desorientação sobre o que fazer?, afirmou o deputado.
Ele observou que o PMDB do Paraná apoiava o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto. Rigotto perdeu na consulta realizada em março e o Paraná continuou na defesa da tese da candidatura própria. Agora, as denúncias sobre a origem do dinheiro que financiou sua pré-campanha abalaram Garotinho que decidiu recorrer a um recurso extremo para se defender, deixando peemedebistas paranaenses mais inseguros em relação ao futuro desta candidatura. ?A greve de fome é uma forma de protesto que vale menos do que as explicações para as denúncias. Não sei se essa é a melhor forma de conduzir as coisas nesse momento. Estou achando que não tem muito propósito?, afirmou Quintana.
A possibilidade de o ex-presidente Itamar Franco formalizar sua intenção de ser candidato também não chega a entusiasmar Quintana. ?Não dá para entender bem qual é o objetivo do Itamar. Se ele queria mesmo concorrer, deveria ter aceitado a definição do partido e postulado a candidatura nas prévias?, comentou.
Incógnita
Em meio aos múltiplos caminhos que o PMDB nacional pode trilhar, o governador faz papel de ?observador?, definiu o deputado Caíto Quintana. De acordo com o deputado pe- emedebista, o governador está na expectativa dos desdobramentos nacionais. ?O Paraná sempre esteve desgrudado do processo nacional. E agora, o governador está observando que é o que nos cabe neste momento?, afirmou.
Quintana disse que se o PMDB não lançar candidato à Presidência da República, o partido no Paraná tem que buscar seus aliados. ?Vamos ter que conversar com as forças com as quais temos afinidade e sintonia nas propostas de governo?, disse o deputado.
Boa parte dos peemedebistas não gostariam de ver Requião ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas tem dúvidas se o governador subiria no palanque de Geraldo Alckmin, o pré-candidato do PSDB à Presidência da República. Há setores dos tucanos no Estado propondo uma aproximação entre Requião e Alckmin, mas até o momento não avançaram nesta estratégia. Segundo a assessoria do governador, ele mantém a defesa da candidatura própria do partido, desde que acompanhada de um programa de governo.
Sobre a greve de fome do ex-governador fluminense Anthony Garotinho, aparentemente ela não comove ninguém: o presidente nacional do PMDB disse ontem que não foi informado do assunto e que hoje terá uma ?reuniãozinha? em Brasília para ?ver que providências vamos tomar?.