Uma reunião anteontem à noite entre deputados peemedebistas, o governador eleito Beto Richa (PSDB) e o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, estabeleceu os termos do acordo do apoio do PMDB ao futuro governo.

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O encontro, realizado na sala do deputado estadual Alexandre Curi, na 1ª secretaria da Assembleia Legislativa, definiu que o PMDB irá participar do governo, ocupando a Secretaria do Trabalho, e da Mesa Diretora da Casa, indicando o titular da 1ª vice-presidência.

O deputado estadual Artagão de Mattos Junior foi o nome oferecido para compor a Mesa Diretora. Os deputados Luiz Claudio Romanelli e Reinhold Stephanes Junior foram indicados para integrar o governo.

Caberá a Beto definir qual dos dois irá convidar. Mas as negociações ainda não terminaram. O PMDB também quer a presidência das Comissões de Finanças e de Orçamento na Assembleia Legislativa para compensar ter perdido a 1ª secretaria para o DEM.

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Com o acordo, Beto conseguirá reduzir ao mínimo a oposição ao seu governo, que deverá ficar centralizada na bancada de seis deputados do PT e um ou outro parlamentar de outra sigla. A negociação entre o PMDB e Beto não garante adesão integral dos treze deputados peemedebistas à base de apoio dos tucanos.

Mas dos treze, pelo menos dez já demonstraram a disposição para integrar o bloco de sustentação do governo, disse Rossoni, que articulou o acerto entre os dois partidos.

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“Com esse arranjo, liquidamos a questão da eleição da Assembleia Legislativa e proporcionamos as condições para que o Beto possa desenvolver o seu projeto de governo, com o apoio da maioria folgada na Casa”, afirmou.

O presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que cargos na Mesa e no governo estabelecem uma parceria entre o partido e os tucanos, mas que cada um dos integrantes da bancada tem liberdade para definir sua postura em plenário. “Quem quiser se alinhar vai. Quem não quiser não vai. Nada disso implica alinhamento automático de toda a bancada ao governo”, afirmou Pugliesi.

Desconforto

As dificuldades de Rossoni para completar a chapa ainda não terminaram. Para alojar o PMDB na composição da Mesa, o tucano terá que remover o representante do PDT na chapa, o deputado estadual Augustinho Zucchi, que já havia sido confirmado publicamente como o candidato a 1º vice-presidente. “Vou esperar me comunicarem oficialmente. Eu fui convidado e ainda não fui desconvidado”, reagiu ontem o pedetista.

Rossoni apelou à amizade com o pedetista para que ele entenda as razões que o levaram a preteri-lo na posição. “Foi por uma questão de governo. Ele é meu companheiro, é companheiro do Beto Richa e pelo grau de amizade que temos saberá entender a importância desse arranjo”, disse do deputado tucano.

Ele pretende conversar com Zucchi na próxima semana, quando oferecerá ao pedetista a vaga de 2º vice-presidente, o mesmo cargo que Zucchi ocupa atualmente na Mesa Diretora.