O líder do governo na Assembléia Legislativa, deputado Dobrandino da Silva (PMDB), começa uma ofensiva neste final de semana para assegurar a indicação do vice-governador Orlando Pessuti (PMDB) como conselheiro do Tribunal de Contas, já na primeira votação da eleição que está marcada para a próxima terça-feira, dia 14. Dobrandino vai pedir aos outros dois deputados que concorrem ao cargo, Mário Bradock (PMDB) e Durval Amaral (PFL), que retirem as suas candidaturas. No total, são vinte e três candidatos.
Para não correr o risco de Pessuti ter que enfrentar um segundo turno da votação, caso não obtenha a maioria dos votos (metade mais um dos votos dos 54 deputados), o líder do governo vai ter uma conversa com os integrantes da base aliada e depois, com Amaral.
A meta de Dobrandino é garantir a unidade do bloco aliado, cujo número varia entre 30 e 35 votos, que poderia se dividir entre Pessuti e Amaral. Bradock é visto como um perigo menor, já que, além de Amaral, o adversário que pode tirar alguns votos do vice-governador é a procuradora da Universidade Federal do Paraná, Dora Lúcia de Lima.
Além da bancada do PPS, Dora Lúcia ganhou o apoio de parte dos deputados do PT. Na próxima segunda-feira, dia 13, a bancada petista se reúne para discutir a indicação do conselheiro, mas os deputados do partido já estão divididos entre Pessuti e a funcionária da UFPR.
Dobrandino espera obter a ajuda do presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), para retirar os outros dois deputados do páreo. Brandão encabeçou a lista de apoios à candidatura de Pessuti e tem influência sobre a posição da maioria dos deputados em plenário, incluindo os dois candidatos a conselheiro. Com Amaral e Bradock fora da disputa, Pessuti se torna o único entre os candidatos a ter um vínculo mais forte com a Assembléia Legislativa, onde exerceu três mandatos de deputado estadual e foi presidente da Casa. É uma forma de Dobrandino neutralizar os argumentos de alguns deputados que vêem Pessuti como alguém estranho ao Legislativo.
A procuradora da UFPR começou ontem a conversar com os deputados estaduais. Indicada pelo Movimento Negro, a procuradora afirmou que sua candidatura foi apresentada para que fosse aberta uma discussão sobre a necessidade de outros setores da sociedade ocuparem espaços tradicionalmente reservados para políticos e seus protegidos, que se revezam nessas posições. "Esses cargos deveriam ser abertos à diversidade que existe na sociedade. O controle da administração pública precisa de renovação. Esses espaços têm que ser ocupados pelas diversas classes sociais e grupos populacionais", afirmou Dora Lúcia.
