Está marcada para hoje, às 15 horas, em Brasília, a primeira conversa entre os emissários do PMDB do Paraná e o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati. A proposta de um acordo eleitoral com os tucanos no Estado será apresentada pelo presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva, o líder da bancada estadual, deputado Antonio Anibelli e o secretário-chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro.
O encontro foi marcado pelo presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, que disse ter apenas cumprido seu papel como dirigente partidário. Rossoni afirmou que continua acreditando que a candidatura do senador Osmar Dias (PDT) ainda é um caminho mais reto para os tucanos do que o apoio à reeleição do governador Roberto Requião.
Mas o presidente da Assembléia Legislativa e vice-presidente estadual do PSDB, deputado Hermas Brandão, tem posição diferente. Disse que se a tese do grupo que aposta na candidatura de Osmar for derrotada pela desistência da candidatura do pedetista, o partido não terá outra opção a não ser fazer aliança com o PMDB no Paraná, se quiser ajudar na campanha de Geraldo Alckmin. Brandão sempre defendeu a aproximação entre os dois partidos, justificando que o pré-candidato a presidente do PSDB precisa de um suporte sólido no Estado para sua campanha. Para Brandão, o palanque mais forte no Paraná é o de Requião. "A prioridade é ter um palanque forte para o Alckmin. E aqui, o palanque mais forte é o do Requião. É o que está organizado", disse.
Brandão afirmou que neste momento da articulação ainda não se discutiu a possibilidade de o seu nome ser oferecido como candidato a vice-governador na chapa de Requião. "Primeiro, vamos discutir a candidatura ao governo. Depois, negociamos mais para baixo", afirmou Brandão, garantindo que ainda postula uma candidatura ao Senado.
É suficiente
A posição reticente do governador Roberto Requião sobre os movimentos do seu partido em direção a Alckmin não desanima o presidente da Assembléia Legislativa. Ele avalia que a presença do chefe da Casa Civil na comitiva que vai hoje a Brasília significa que a articulação está longe de ter algum tipo de veto do governador. Para Brandão, mesmo que Requião não assuma a candidatura de Alckmin, o engajamento dos deputados peemedebistas à campanha do tucano já é um bom negócio para a candidatura presidencial. "A presença dos parlamentares significa a presença dos seus eleitores no nosso palanque. Os deputados são importantes cabos eleitorais, principalmente no interior, onde o comando do processo está com eles", argumentou.
Tolerância
As divergências tucanas sobre o acordo com o PMDB estão sendo tratadas sob uma orientação comum de não-agressão. O trato foi feito durante uma reunião no domingo à noite com a participação de Rossoni, Brandão, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, e o senador Alvaro Dias. Beto Richa, conforme apurou O Estado, está alinhado às posições pró-acordo com Requião.
Foi desse encontro que saiu a deliberação de que cada um poderia defender suas posições, sem atacar os que não concordam. Ontem, Rossoni disse que o fato de ter mediado o encontro entre peemebistas e o presidente nacional do seu partido não altera sua posição de apoio ao senador Osmar Dias (PDT), que no dia 19 saberá se o senador Cristóvam Buarque concorrerá à presidência da República ou se o partido ficará livre para compor as alianças no Paraná. Dessa decisão dependerá a continuidade da candidatura de Osmar ao governo, disse o presidente estadual do PDT, deputado Augustinho Zucchi.
