Lula retorna ao Paraná no próximo dia 8.

A vinda do candidato à Presidência da República Luis Lula da Silva a Curitiba no próximo dia 8 de agosto será o primeiro teste de convivência entre o PT e o PMDB na sucessão presidencial no Paraná. O senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo do Estado, está esperando um sinal de boa vontade dos petistas paranaenses para decidir se comparece ao jantar suprapartidário que está sendo organizado para receber Lula, no dia 8.

Requião foi convidado por um dos coordenadores do comitê, o empresário Valter Sâmara, para participar do jantar. O senador, entretanto, ainda não respondeu ao convite.

A coordenação da campanha do candidato ao governo do PT, deputado federal Padre Roque, informou que Lula cumprirá uma agenda com ele durante o dia. Mas no jantar, por se tratar de um ato suprapartidário, o PT do Paraná não vê nenhum obstáculo a que outros partidos e lideranças políticas se sentem à mesa com o candidato a presidente. “Nada impede a participação de outros partidos e personalidades que queiram espontaneamente oferecer seu apoio ao Lula”, disse o vice-presidente estadual do PT do Paraná e coordenador de logística da campanha do candidato do PT ao governo, Márcio Pessatti.

De acordo com a assessoria de Requião, a disposição do senador é de observar como os petistas vão se comportar em relação à visita de Lula. O candidato do PMDB ao governo não tem a intenção de disputar espaço no palanque de Lula com o PT do Paraná. Uma ala do PT teme que numa possível vinculação entre o PMDB do Paraná e Lula, o candidato petista ao governo do Estado seja relegado a um segundo plano. Os petistas do Paraná apostam na estratégia de colar as duas campanhas para alavancar a candidatura de Padre Roque ao governo e não querem dividir este efeito com o candidato peemedebista.

Já Requião deixa claro que, dependendo da forma como o PT conduzir a visita de Lula, pode acontecer o mesmo que ocorreu na sexta-feira passada durante a visita a Curitiba do candidato do PSDB a presidente, o senador José Serra, quando Requião nem estava na cidade para receber o candidato. O fato de Serra ter sido tutelado no Estado pelo governador Jaime Lerner (PFL), adversário histórico do senador peemedebista, afastou qualquer possibilidade de um encontro entre Requião e o candidato apoiado por seu partido na sucessão presidencial.

Um segmento do PT convive razoavelmente bem com o PMDB. Na inauguração do comitê de campanha do deputado estadual Angelo Vanhoni e do vereador Jorge Samek, na terça-feira à noite em Curitiba, a tropa de choque requianista compareceu em peso.

Agenda

Ainda não está confirmada, mas a agenda de Lula no Paraná poderá começar no dia 7. O cronograma prévio da coordenação de campanha prevê que a visita começaria por Londrina e Umuarama. Lula estaria em Curitiba, no dia seguinte. Ele fará uma caminhada com Padre Roque pela rua XV e uma reunião com os candidatos à Assembléia Legislativa e Câmara Federal da coligação PT-PL-PC do B.

Hoje, o diretório municipal do PT em Curitiba se reúne para discutir e organizar a campanha para presidente e governador no Paraná.

Ainda hoje, o deputado federal Padre Roque encontrará Lula em Chapecó-SC, onde os dois se reunirão com pequenos produtores rurais e lideranças da região em mais uma visita do candidato petista a presidente ao Sul do País.

Petistas visam Ciro Gomes

Rio

(AE) – O comando da campanha do candidato da Coligação Lula Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT-PL-PC do B-PCB-PMN), se prepara, concretamente, para enfrentar o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS-PDT-PMN), e não o adversário da Grande Aliança, José Serra (PSDB-PMDB), no segundo turno das eleições.

O presidente nacional do PT, deputado José Dirceu (SP), disse ontem a integrantes da executiva da campanha da governadora do Rio, Benedita da Silva (PT), à reeleição, numa reunião fechada, que deve ser Ciro o adversário de Lula na segunda rodada da disputa. Dirceu ressalvou, no entanto, que a candidatura de Serra ainda pode recuperar a segunda posição. Ele instruiu os petistas do Estado a polarizar a discussão nacional com o candidato da Frente Trabalhista a presidente e, em regionalmente, fazer o mesmo com a candidata a governador do Rio Rosinha Garotinho (PSB).

Dirceu avaliou que quem pode barrar a ascensão de Ciro nas pesquisas é o governo federal, mas deixou claro que acha que o Executivo tem de fazer a parte dele nesse processo, explorando o que considera fragilidade no candidato da Frente Trabalhista. “Ciro tem pés de barro”, disse, segundo relato de petistas presentes ao encontro.

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