Foto: Fábio Alexandre/O Estado
Requião: governador consolidou vantagem, dizem aliados.

Os peemedebistas vêem na ofensiva da oposição contra o governador Roberto Requião (PMDB) uma tentativa de provocar o segundo turno das eleições no Paraná. ?Quanto mais parece perto a vitória já no primeiro turno, mais duros ficam os adversários. É um bom sinal. Eles estão em agonia?, afirmou o presidente estadual do PMDB, deputado Dobrandino da Silva (PMDB).

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Para o dirigente peemedebista, quando mais a oposição endurecer os discursos, pior serão os resultados. ?A postura agressiva significa desespero. E a população percebe o desespero?, afirmou o presidente do diretório estadual e líder do governo na Assembléia Legislativa.

O deputado Rafael Greca (PMDB) também acha que os ataques podem ter efeito contrário. ?O Requião já consolidou a vantagem. Agora, está na fase do quanto mais bate, mais cresce?, afirmou o deputado.

Para interromper a tendência apontada pelas pesquisas de intenção de voto de conclusão da eleição no primeiro turno, a oposição está fazendo qualquer negócio, atacou o deputado Nereu Moura (PMDB). Segundo Moura, ?a eleição está definida, mas eles vão criar factóides para prejudicar o Requião?, comentou. Moura se referia à iniciativa do bloco de oposição de criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar supostas ligações entre o policial Délcio Razera, acusado de escuta telefônica ilegal, e o governo do Estado.

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A CPI foi proposta pelo líder da oposição, deputado Valdir Rossoni (PSDB), que disse ter indícios suficientes de que Razera, que estava cedido para a Secretaria da Casa Civil, agia sob ordens do governo do Estado. O deputado tucano disse que a principal suspeita é de que o policial espionava adversários políticos do governador. Rossoni obteve no final da tarde de ontem as dezoito assinaturas necessárias para apresentar a proposta de instalação da CPI à mesa executiva, que já fez a leitura do pedido em plenário. O deputado Caíto Quintana, ex-chefe da Casa Civil do governo, acusou a bancada de oposição de ?irresponsabilidade? ao tentar envolver o governador no episódio. ?Essa atitude é de uma precipitação desmedida?, afirmou Quintana.

Já Moura questionou Rossoni ao lembrar que, durante o governo Lerner, o deputado tucano integrava a base governista que foi à Justiça para impedir a criação de uma CPI para investigar a existência de um sistema de escuta telefônica no Palácio Iguaçu. ?Vamos então fazer uma CPI retroativa há oito anos?, disse o peemedebista.

Chamado

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Ontem, o PMDB de Curitiba anunciou que começa hoje, ao meio-dia, um arrastão na capital para reeleger Requião no primeiro turno. A ofensiva foi batizada de ?Me chama que eu vou?, reeditando o slogan da campanha eleitoral de 2002 e o primeiro ato será uma panfletagem na Praça Rui Barbosa, no centro de Curitiba.

Em Curitiba e na Região Metropolitana, estão programadas manifestações todos os dias até o final da campanha. Requião e o candidato a vice Orlando Pessuti vão participar de algumas caminhadas e minicomícios. O presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, disse que esta semana será vital para a consolidação da vantagem de Requião sobre os adversários. ?Nesse pique, a eleição está praticamente decidida?, disse.