PMDB e PT estão perto de fumar o cachimbo da paz

Enquanto está em curso uma operação para selar a paz entre o PMDB e a candidatura ao Senado do PT, estremecidas depois das declarações do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, criticando a administração peemedebista, o senador Alvaro Dias (PSDB) faz campanha junto aos seus antigos aliados do PMDB.

Apontado como favorito na disputa ao Senado, Alvaro não dispensa o apoio da ala do PMDB que não simpatiza com a candidatura de Gleisi Hoffmann e que já considera a candidatura de Aldo Parzianello um caso perdido. O senador confirmou ontem que telefonou a vários dos candidatos do PMDB e que tem recebido manifestações de apoio de vários prefeitos do partido.

Alvaro disse que antes e depois do fim da aliança entre oo PMDB e o PSDB sua candidatura já angariava a simpatia de uma boa fatia do partido do governador Roberto Requião. Para o senador, o desencontro entre petistas e peemedebistas não chega a favorecer o fluxo dos apoios do PMDB à sua candidatura. ?Pode ser que influencie. Mas há uma tendência de aproximação muito grande com o PMDB, principalmente entre os peemedebistas que eram militantes quando fui governador?, lembrou Alvaro. ?Tem prefeito que já nos apóia há muito tempo?, emendou.

Foto: Lucimar do Carmo/O Estado

Gleisi Hoffmann: encontro com o governador nos próximos dias.

Alvaro disse que há regiões na periferia de Curitiba e na Região Metropolitana onde as pesquisas mostram que o eleitor do governador Roberto Requião é também o seu eleitor, assim como do presidente Lula (PT). ?Há uma coincidência de votos?, disse o senador, que ontem conversou com o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos. ?Temos divergências políticas, mas nunca brigamos. Nossa prioridade é a conversa com a Gleisi, mas os que quiserem ir com o Alvaro devem se manifestar?, disse o dirigente municipal.

Bombeiros

A costura do apoio de Requião a Gleisi está sendo feita por emissários dos dois lados, que articulam para a próxima semana uma aparição pública da candidata e do governador para arrematar o acordo que seria o ponto alto da reaproximação entre petistas e peemedebistas.

Para sinalizar que a poeira já baixou, o comitê Lula-Requião retorna hoje às ruas de Curitiba e de três das principais cidades da Região Metropolitana – São José dos Pinhais, Araucária e Colombo – para retomar a distribuição de um jornal de campanha, onde são apontados os pontos de identidade entre os governos estadual e federal. Para o arrastão serão usados quinhentos mil exemplares do jornal da campanha do governador e do presidente da República à reeleição.

Na vinda de Lula a Curitiba no próximo sábado, dia 9, o comitê planeja realizar uma reunião dos peemedebistas com o presidente da República. Seria a ocasião perfeita para que o governador declarasse apoio a Gleisi. Mas os dois lados admitem que Requião dificilmente participaria de um ato com Lula. O governador, avaliam seus aliados, não vai pôr a perder aquela fatia dos votos dos eleitores do candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, que continuam ao seu lado mesmo depois de desfeita a aliança com os tucanos.

Meio-de-campo

Para apagar o incêndio ateado pelo ministro e marido da candidata ao Senado, está atuando o coordenador geral da campanha do presidente Lula no Paraná, Jorge Miguel Samek. A missão de Samek é convencer o governador que a orientação política de Gleisi é mais parecida com a sua do que com o perfil do ministro, marido da candidata, que nunca se entendeu com o governador do Paraná.

Gleisi foi assessora parlamentar de Samek e dentro do PT é tida como moderada, conversando com todas as correntes internas.  

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