A direção estadual do PMDB do Paraná decidiu boicotar a convenção nacional do partido que elegerá o novo diretório amanhã, em Brasília. Os 41 delegados foram orientados pelo presidente estadual do partido, deputado Waldyr Pugliesi, a não irem a Brasília.

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A convenção irá reeleger na presidência do PMDB o deputado Michel Temer, que está à frente das negociações para fechar a aliança com o PT para a eleição presidencial deste ano.

Empenhado no projeto de pré-candidatura do governador Roberto Requião (PMDB) à sucessão presidencial, o PMDB do Paraná acha que a reeleição de Temer abole o debate interno e leva o partido a “aderir” à candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) à sucessão do presidente Lula (PT).

“O PMDB poderá apoiar a ministra, mas primeiro tem que haver discussão e respeito a posição dos setores do partido que defendem candidatura própria”, disse Pugliesi.

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Além do Paraná, os diretórios do PMDB do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul também não participarão da convenção, disse Pugliesi.

O Paraná foi um dos estados que ingressaram com ação judicial para suspender a convenção e que não foi acatada pela Justiça. “Como entrei com a ação junto com companheiros de outros estados, contra a antecipação da convenção, não tem porque o Paraná participar”, disse Pugliesi.

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Apesar da posição do diretório estadual, o Paraná terá representantes na convenção. Os deputados federais paranaenses Rodrigo Rocha Loures, Osmar Serraglio, Moacir Micheletto e o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, vão integrar a chapa de Temer. Rocha Loures, também convidado para entrar na executiva nacional, disse que a postura paranaense é legítima, mas prejudica os peemedebistas do Paraná.

“Cada diretório tem a legitimidade para agir como achar que deve, mas essa orientação (boicotar a convenção) reduz a força do Paraná dentro do partido”, disse o deputado, garantindo que as eleições de outubro não serão discutidas.

“Nenhuma das três teses sobre o quadro eleitoral será debatida no sábado. Essa é uma posição precipitada do diretório, que, se achar que deve agir assim, deveria fazer na convenção de junho, no momento específico da discussão das candidaturas”.

O deputado disse achar natural a antecipação da convenção e disse que ela foi marcada assim que o partido recebeu os resultados das convenções estaduais, feitas em dezembro passado.

“A orientação era para fazermos a convenção até março. Para que postergar? Precisamos estar com a direção do partido definida para nos engajarmos de vez na questão eleitoral. A antecipação é boa para quem pretende ser candidato, pois, quanto antes definirmos a direção do partido, mais rápido iniciamos o debate sobre as eleições”, comentou.