A executiva estadual do PMDB orientou o presidente do partido no estado, deputado Waldyr Pugliesi, a conversar com os aliados da eleição deste ano para o governo, o PT, PDT e PSC, antes de negociar sua participação na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na chapa do tucano Valdir Rossoni.

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Candidato único até agora ao cargo de presidente, Rossoni estava adiantado nas negociações com o PMDB, onde o deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB) está sendo cotado para ser indicado 1º secretário na chapa do tucano.

Mas a executiva decidiu desacelerar o processo e Pugliesi terá que reunir a bancada hoje, definir um rumo comum e depois buscar os aliados para verificar se existem condições para o lançamento de uma chapa de oposição aos aliados do governador eleito Beto Richa (PSDB) na Assembleia Legislativa.

A diretriz da executiva coincide com a posição do senador eleito Roberto Requião, que já defendeu, no twitter, que o PMDB lance sua própria chapa à Mesa Diretora. O argumento de Requião é que o partido tem a maior bancada, com treze deputados, e junto com PT e PDT poderia se contrapor aos tucanos.

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Na reunião da executiva, a proposta para debater a eleição da Mesa Diretora foi apresentada pelo secretário-geral do PMDB, João Arruda, sobrinho do ex-governador.

Pugliesi também não escondeu o desagrado com a posição da Executiva. “Não preciso da chancela de ninguém para conversar com outros partidos”, afirmou o presidente do partido e líder da bancada peemedebista na Assembleia Legislativa.

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Pugliesi disse que existem as condições para a formação de uma chapa de oposição, mas que é preciso verificar se funcionam, na prática. O capão, formado por PMDB, PDT e PT, elegeu 23 deputados que, teoricamente, poderiam montar um grupo para concorrer com Rossoni.

Com os eleitos do PSC, a soma é de 26 deputados. Mas nos bastidores, a avaliação é que na trincheira da oposição não ficarão mais do que uma dúzia dos eleitos.

Romanelli minimizou a interferência da executiva estadual no processo. “A posição da bancada é estar aberta para discussões. Não há nenhuma posição no PMDB de dificultar um acordo com o Rossoni. O que vamos fazer é buscar a construção da unidade das forças políticas para avançar nas mudanças”, desconversou.

Já o PT reuniu a bancada e fez a primeira conversa ontem com Valdir Rossoni. O presidente estadual do PT, Enio Verri, afirmou que, na escala de prioridades da bancada, está a apresentação de um projeto de gestão para a Assembleia Legislativa.

O espaço que o partido pode ocupar na Mesa não entrou na discussão ainda, afirmou o dirigente do PT. “Nós queremos um projeto que avance na transparência da Assembleia”, comentou Verri.

Uma das propostas da bancada é que, para ter o apoio do PT, qualquer candidato terá que assumir alguns compromissos. Entre eles, acabar com a reeleição para os cargos da Mesa e a implantação de critérios para a escolha do diretor geral da Casa.

Estes itens faziam parte da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que a bancada petista apresentou e depois decidiu retirar quando a Comissão Especial aprovou relatório de Ademar Traiano (PSDB) alterando estas regras.