Após uma maratona de reuniões e conversas, a cúpula do PMDB deve se reunir mais uma vez ainda hoje, num jantar na residência da governadora do Maranhão, Roseana Sarney. O objetivo é fazer um balanço do dia, avaliando as conversas com os petistas e a repercussão do anúncio de que não está assegurado o apoio do partido ao governo na votação da medida provisória que fixa o salário mínimo em R$ 540, como foi definido pelo governo.
O ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, responsável pela articulação política do governo, ouviu as reclamações e os pleitos do partido em reuniões realizadas no fim da tarde. Ele se reuniu com o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). Em seguida, recebeu a governadora Roseana Sarney, no papel de interlocutora do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Roseana, Alves e Sarney estiveram reunidos no almoço na residência do vice-presidente da República, Michel Temer, que contou, ainda, com a presença do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), e do presidente do partido, senador Valdir Raupp (RO).
O PMDB não esconde a insatisfação com a perda de espaço no segundo escalão, que já se concretizou com a retomada pelo PT de postos-chave nos ministérios das Comunicações (diretoria dos Correios) e da Saúde (diretoria da Fundação Nacional de Saúde, a Funasa). O objetivo agora é impedir a perda de feudos históricos do PMDB, como as presidências de estatais do setor elétrico.
O governo recebeu o recado dos peemedebistas, que ameaçam abandoná-lo na primeira votação importante do ano no Congresso: a da MP do salário mínimo. Nesta tarde, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, avisou que a presidente Dilma Rousseff vetará um salário mínimo superior a R$ 540 em resposta às ameaças de seu principal aliado.