A direção estadual do PMDB se ressentiu das articulações que estão sendo feitas pela direção nacional do partido para convencer o governador Roberto Requião a se inscrever para as prévias, programadas para março de 2006, quando seria escolhido um candidato a presidente da República. O presidente estadual do partido, Dobrandino da Silva, viu com desconfiança a sondagem feita pelos senadores Renan Calheiros e José Sarney sobre a possibilidade de Requião disputar a prévia e de o PMDB do Paraná fazer um acordo com o senador Osmar Dias (PDT) na sucessão estadual.
"Não é por uma simples arrumação lá que as coisas aqui vão acontecer. Não é assim tão fácil. Tenho respeito pelo Osmar, mas para fazer uma mudança como essa aqui, teria que haver uma profunda discussão no partido", afirmou Dobrandino. O dirigente peemedebista afirmou que qualquer plano que a direção nacional do partido tenha para Requião terá que passar pelo aval do PMDB do Paraná.
Se Requião se inscreve ou não para a prévia, a decisão cabe aos peemedebistas locais, defendeu o presidente estadual do partido. "O Michel Temer (presidente nacional do PMDB) pediu ao Rorato (Claudio Rorato, deputado federal) que converse com o Requião para que ele coloque o nome. Nós não dissemos nem sim nem não. Isso tem que ser debatido", afirmou Dobrandino.
Quanto ao acordo com o PDT, o presidente do PMDB afirmou que, na hipótese de Requião ser indicado candidato à sucessão presidencial, antes de ir buscar uma opção externa, o partido iria primeiro analisar as alternativas internas para o governo do Estado. Segundo o presidente regional do PMDB, o vice-governador Orlando Pessuti é o nome natural para suceder Requião como candidato ao governo. "Isso nós vamos buscar dentro do nosso partido. E é uma decisão que passa pelos companheiros dos diretórios, pelos prefeitos e todos os peemedebistas. Não é um gesto de Brasília que vai decidir", afirmou. (EC)
