Foto: Agência Senado |
Suassuna antecipou a decisão do grupo. |
A cúpula governista do PMDB descartou, ontem, a parceria oficial do partido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na corrida sucessória. Em meio à ofensiva para ter um peemedebista em sua vice, na chapa da reeleição, Lula convidou os dirigentes da ala governista para um jantar ontem à noite. Antes de se dirigir à Granja do Torto, no entanto, o líder no Senado, Ney Suassuna (PB), antecipou a decisão do grupo. O partido não se coligará formalmente com o PT nestas eleições, para liberar as alianças em torno de seus 15 candidatos a governador com boas chances de vitória.
"O presidente Lula sonha todos os dias com um vice que se chama Nelson Jobim (ex-deputado e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal), mas nem um vice divino serviria para nós", resumiu Suassuna, ao adiantar que a cúpula governista apresentaria uma contra-oferta à proposta de aliança formal com o PT: a criação de um movimento pró-Lula dentro do PMDB, que poderá reunir diretórios de até 19 estados. "Na hipótese mais pessimista, Lula terá o apoio do partido em, no mínimo 16 estados", avaliou o líder.
A lista de convidados para o jantar no Torto, encabeçada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) e pelo senador José Sarney (PMDB-AP), incluiu também o líder do partido na Câmara, Wilson Santiago (PB) e os deputados Jader Barbalho (PA) e Eunício Oliveira (CE).
Os estados desses cardeais do partido, o apoio ao projeto da reeleição já é dado como certo. Os estados que mais resistem a qualquer tipo de parceria com o PT são o Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Rio de Janeiro e Pernambuco, onde petistas e peemedebistas vivem às turras. Mas também há fortes resistências no Rio Grande do Norte, Acre, Santa Catarina, Sergipe e Mato Grosso do Sul.
Desta forma, o companheiro de chapa de Lula, continua um enigma: o vice-presidente da República, José Alencar, voltou a negar ontem que esteja na disputa para nova dobradinha na chapa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nas próximas eleições. Ele ressaltou, porém, que está "às ordens" do presidente.