PMDB define rumos na sucessão em Curitiba

O PMDB de Curitiba decide nesta terça-feira (dia 15) se fecha o apoio ao pré-candidato do PT à Prefeitura, deputado estadual Angelo Vanhoni, ou se lança um candidato próprio à sucessão municipal, escolhendo entre os deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca.

A aliança com o PT tem o apoio da principal liderança do partido no Estado, o governador Roberto Requião. A convenção será realizada na sede do diretório estadual em Curitiba, entre as 16 e 21 horas.

O colégio eleitoral da convenção peemedebista é formado por sessenta e três votantes, entre militantes, dirigentes partidários, vereadores e deputados estaduais e federais com domicílio eleitoral em Curitiba. Como alguns acumulam representatividade, o total é de 115 votos.

A comissão executiva organizou a convenção em duas etapas. Duas urnas estarão preparadas no processo de votação. Primeiro, os convencionais vão votar “Sim” ou “Não” à coligação com o PT, indicando o ex-secretário estadual de Assuntos Estratégicos Nizan Pereira como candidato a vice-prefeito. Na mesma cédula, os peemedebistas vão poder escolher ainda se definem a chapa de candidatos a vereador no mesmo dia ou se delegam a definição da lista de candidatos à comissão executiva municipal. Na segunda cédula, estão as opções de candidatura própria, se Rafael Greca ou Gustavo Fruet.

A comissão eleitoral da convenção irá apurar primeiro os votos da primeira urna. Se a tese da aliança com o PT for vencedora, a segunda cédula com as opções de candidatura própria serão invalidadas. A segunda urna somente será usada se a aliança com o PT for reprovada no primeiro escrutínio.

A direção municipal está propondo o adiamento da escolha dos candidatos a vereador para ganhar tempo e continuar costurando acordos eleitorais com outros partidos. Na hipótese de o grupo pró-aliança vencer a convenção, as vagas à Câmara Municipal terão que ser divididas com o PT e outros aliados. O partido tem até o final do mês para fechar a chapa proporcional e majoritária.

Reprise

A convenção do dia 15 reproduz a correlação de forças internas já testada na eleição para o diretório municipal, realizada em outubro. Após um embate jurídico demorado, as duas alas conquistaram espaços semelhantes no diretório com uma ligeira vantagem para o grupo pró-aliança. À época, a disputa já se deu em torno da coligação ou não com o PT.

As previsões dos dois lados são otimistas. O deputado federal Gustavo Fruet diz que o lançamento de candidatura própria será aprovado se não houver nenhuma manobra por parte do comando do partido. “É preciso garantir a transparência do processo que vai definir o futuro do PMDB. Se isso estiver assegurado, ganharemos a convenção”, afirma Fruet.

O presidente do diretório municipal, Doático Santos, também projetou a vitória da proposta de aliança. Segundo Doático, os cálculos indicam hoje uma vantagem de treze votos para a coligação. O dirigente contabiliza 62 votos a favor da aliança com o PT contra 49 da candidatura própria.

Encontro reafirma unidade

As alianças nas eleições de outubro em Curitiba e em outros municípios do Paraná foram o grande tema do encontro de dirigentes e líderes petistas com o governador Roberto Requião (PMDB), ontem, na Granja do Cangüiri. O encontro começou por volta das 11 horas e prossegiu até o meio da tarde, com a presença dos presidentes do diretório regional, deputado André Vargas; do diretório municipal, Roberto Salomão; do pré-candidato a prefeito de Curitiba Angelo Vanhoni; o diretor-geral da Itaipu, Jorge Samek; do líder do governo na Assembléia Legislativa, Natálio Stica; e do assessor especial do governador, Daniel Godoy.

Também participaram da conversa os secretários Renato Adur, do Desenvolvimento Urbano e Caíto Quintana, da Casa Civil, simpatizantes da candidatura própria do PMDB à sucessão de Cassio Taniguchi (PFL), e Maurício Requião, da Educação. As presenças de Adur e Quintana foram interpretadas como indicativo de que a unidade partidária não será abalada, caso se confirme o acordo com o PT em Curitiba.

Unidade

O presidente do diretório municipal, Roberto Salomão, reafirmou que o encontro, como estava previsto, tratou de coligações: “Estamos juntos no governo federal e no governo estadual. E desejamos manter essa situação também no âmbito municipal sempre que for possível. O fato de a convenção do PMDB curitibano acontecer dentro de dois dias faz pensar que esse foi o assunto principal. Na verdade, os temas foram mais amplos, abrangeram vários municípios onde há interesse em caminhar junto e não há nada a acrescentar a respeito da situação em Curitiba. Nossa posição é conhecida, trabalhamos no sentido de manter a aliança e o governador também já se manifestou nos últimos dias sobre o assunto”, disse o dirigente petista, acrescentando que os entendimentos prosseguem. “Essas conversas são naturais no período que antecede as eleições e vão continuar.”

O entendimento no PT, segundo Salomão, é que as declarações do governador Roberto Requião durante a semana, prevendo uma derrota na disputa se o PT e o PMDB não fizerem uma aliança, já constituem uma manifestação de apoio à coligação na convenção da próxima terça-feira. (Sandra Cantarin Pacheco)

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