PMDB de Curitiba define apoio a Vanhoni

O PMDB de Curitiba sacramentou ontem a coligação com o PT nas eleições municipais de Curitiba, em convenção vencida pelo grupo pró-aliança por uma diferença de vinte votos.

Foram 67 votos pela aliança contra 47 dados à tese da candidatura própria, defendida pela ala liderada pelos deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca. A convenção, que teve cem por cento de comparecimento, confirmou a indicação do ex-secretário Nizan Pereira como candidato a vice-prefeito na chapa que será encabeçada pelo deputado estadual Angelo Vanhoni. O PT fará sua convenção no próximo dia 27, quando, além do PMDB, deve aprovar novas alianças.

O resultado da convenção expôs ainda mais a cisão do PMDB. O deputado Gustavo Fruet deixou o local antes mesmo do encerramento da apuração dos votos, sem fazer qualquer declaração. Sua saída do PMDB é dada como certa por alguns de seus aliados mais próximos. Já sua irmã, a secretária do Planejamento, Eleonora Fruet, comentou apenas que irá “avaliar o cenário” e não quis adiantar se pedirá demissão do governo.

Greca acompanhou a apuração, mas saiu antes do discurso de Nizan Pereira, que apelou para a unidade do partido. “É uma pena que o PMDB tenha escolhido fazer o papel menor na eleição. O número quinze (número que identifica o PMDB) vai desaparecer”, reagiu o deputado.

A hostilidade entre as duas alas ficou explícita na chegada de Vanhoni à sede do diretório estadual do PMDB, meia hora depois de conhecido o resultado da convenção. Alguns adeptos da candidatura própria receberam o petista gritando “entrega a chave da casa para ele” e “ele comprou a casa. Ele está em casa”.

Em cacos

Logo após a apuração, o presidente municipal do PMDB, Doático Santos, disse que o governador Roberto Requião deve convocar todo o partido para restaurar a unidade. Requião fez uma passagem relâmpago pelo local. “A convenção fala pelas urnas”, esquivou-se o governador, que chegou logo após um blecaute, que deixou às escuras a sede do partido na Avenida Vicente Machado. Requião permaneceu menos de dez minutos no local, restringiu-se a votar e saiu sem fazer qualquer discurso ou comentário sobre as fissuras internas.

Defensor da candidatura própria, o vice-governador e secretário de Agricultura Orlando Pessuti manifestou preocupação em relação às seqüelas internas. “Espero que depois de todos esses cristais que se quebraram, o partido possa se harmonizar. Hoje, o partido está dividido. Espero que amanhã possamos estar na mesma trincheira”, ponderou.

Pessuti identificou no desfecho favorável à aliança com o PT os reflexos da aliança que elegeu Requião para o Palácio Iguaçu em 2002: “O governador sempre disse que não desejava a ruptura da aliança vitoriosa, que desejava as forças que o elegeram unidas”.

O vice-governador criticou a forma de condução da discussão interna. “Em alguns momentos, divergências de caráter pessoal ficaram acima dos interesses dos partidos que foram vitoriosos em 2002”, criticou. Já outro aliado da candidatura própria, o diretor do Detran, Marcelo Almeida, não fez rodeios. Disse que vai participar da campanha eleitoral, mas em Foz do Iguaçu e Londrina.

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