A bancada do PMDB na Câmara instalou hoje uma comissão interna de reforma política, que tentará construir um consenso em torno do voto majoritário para deputados – o chamado “distritão” – idealizado pelo vice-presidente Michel Temer. A iniciativa eleva para três as comissões de reforma política no Congresso, somando-se às da Câmara e do Senado.
No comando de um grupo específico, formado no âmbito da segunda maior bancada da Câmara – com 78 deputados – o líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), intensifica as articulações para emplacar o modelo de reforma defendido por Temer. A ideia é formalizar uma proposta específica de reforma, a ser protocolada logo após a Semana Santa. O deputado Almeida Lima (PMDB-SE), presidente da comissão de reforma da Câmara, também integra a comissão da bancada.
A mobilização peemedebista coincide com o relatório final da comissão de reforma do Senado, que rejeitou o “distritão” de Temer. A despeito do empenho pessoal do presidente licenciado do PMDB, que foi ao Senado buscar apoio ao “distritão”, prevaleceu entre os senadores o voto proporcional para deputados, com lista partidária fechada, como querem PT e PCdoB. O líder peemedebista no Senado, Renan Calheiros (AL), admitiu que o voto majoritário para deputados não é unanimidade nem dentro do partido.
Questionado se a fragmentação do debate não tumultua a reforma, o deputado Mendes Ribeiro (PMDB-RS) disse que é preciso costurar a proposta em várias frentes para alcançar o consenso. Ele rebate as críticas de que o “distritão” estimulará o ingresso de celebridades na política. “Pelo menos, os novos Tiriricas não vão trazer com eles os Tiririquinhas”, alfineta. Eleito com 1,5 milhão de votos, o parlamentar mais votado do País trouxe a reboque mais quatro deputados: três do PT e um do PCdoB, por causa da coligação e do quociente eleitoral.