As articulações para a indicação do secretário da Educação, Maurício Requião, para o Tribunal de Contas estão adiantadas. O deputado Caito Quintana descobriu que não estava sozinho na disputa pela vaga no PMDB durante uma reunião da bancada, quando pediu o voto dos deputados do partido para ser escolhido conselheiro no lugar de Henrique Neigeboren e foi informado pelos colegas que já haviam sido consultados pelo governador Roberto Requião (PMDB) sobre a possibilidade de apoio ao secretário da Educação. Neigeboren se aposenta em março.
Enquanto a bancada discute para quem vai seu apoio, ganha força a tese de que a indicação não cabe à Assembléia Legislativa, mas ao governador do Estado. Nesse caso, a Assembléia votaria o nome encaminhado pelo governador. Quando a prerrogativa da escolha é da Assembléia Legislativa, não apenas os deputados podem se inscrever, como também os cidadãos sem mandato, desde que preencham alguns requisitos mínimos. O chefe da Casa Civil e ex-conselheiro Rafael Iatauro entende que a vaga deve ser preenchida por indicação do governador Roberto Requião. O argumento de Iatauro é que o último conselheiro de livre escolha do governador foi o atual presidente, Nestor Baptista, e que agora, seria novamente a vez do Executivo.
Os demais conselheiros, nomeados depois, Artagão de Mattos Leão, Henrique Neigeboren, Heinz Herwig e Hermas Brandão entraram no TC por indicação do Legislativo. Neigeboren e Herwig foram sugeridos pelo ex-governador Jaime Lerner (PSB) e a Assembléia aprovou a indicação, ainda que informal. Brandão era o predileto de Requião, mas entrou também na vaga do Legislativo. Outros dois, Fernando Guimarães e Caio Soares, ocuparam vagas destinadas aos procuradores e auditores do Tribunal.
Além da concorrência interna, Quintana tem que enfrentar ainda o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Durval Amaral (DEM), já alçado à condição de candidato da bancada de oposição. Amaral disputará uma vaga no TC pela segunda vez. A primeiro foi no ano passado, quando ficou a um voto de provocar um segundo turno das votações, quando o vice-governador Orlando Pessuti conquistou a vaga. Quintana também discute pela segunda vez sua indicação para o TC. O governador estava pronto para nomeá-lo em 2005, no lugar de Iatauro, que estava se aposentando para assumir a Casa Civil. Quintana abdicou do convite, deixou a Casa Civil para Iatauro e reassumiu seu mandato na Assembléia Legislativa. Um conselheiro do TC recebe salário próximo a R$ 24 mil(o valor corresponde a 90,25% do salário do ministro do Supremo Tribunal Federal). O cargo é vitalício.
