No primeiro encontro dos dois principais partidos da base aliada após a eleição que renovou a cúpula petista, dirigentes do PMDB cobraram do PT, ontem em Brasília, a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para acertar os palanques nos Estados.
A principal queixa foi em relação a Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do País, onde a corrente majoritária do PT rachou e tem dois pré-candidatos à sucessão do governador Aécio Neves (PSDB), desafiando o ministro das Comunicações, Hélio Costa, postulante do PMDB.
“A partir de agora vamos fazer política 24 horas por dia para resolver esses impasses”, afirmou o presidente eleito do PT, José Eduardo Dutra, que venceu a disputa interna no primeiro turno, com 58% dos votos.
Há percalços também para a montagem de chapas em mais seis Estados: Rio de Janeiro, Bahia, Pará, Mato Grosso do Sul, Paraná e Ceará. Na lista dos casos considerados “perdidos” para a aliança estão Estados importantes, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Pernambuco.
Para o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), Lula e Dilma precisam arbitrar o conflito com o PT, principalmente em Minas, para inibir o assédio de Aécio à ala peemedebista simpática aos tucanos.
“Não dá para o PMDB chegar dividido à convenção que decidirá quem vamos apoiar, em junho. Minas tem 69 votos desse encontro e requer atenção especial. Lá a gente não pode bobear nem convém deixar margem para insatisfação”, disse Alves.
Reclamação
Pré-candidato do PMDB, Hélio Costa compareceu à reunião de ontem com dirigentes do PT e reclamou do grupo de Pimentel. Disse que o ex-prefeito está trabalhando contra ele em seu próprio partido e voltou a propor que o critério para escolha do candidato ao Palácio da Liberdade sejam as pesquisas.
Pimentel nega a interferência no PMDB contra Costa, mas diz que o PT mineiro terá a cabeça da chapa. “A candidatura de Dilma depende muito de um palanque claramente identificado com o PT e com Lula”, argumentou. Na outra ponta, o ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, afirma que não abre mão de disputar prévia contra Pimentel.
