O senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo, reafirmou na noite da última terça-feira, durante jantar que homenageou o presidenciável do PT Luiz Inácio Lula da Silva em Curitiba, que embora o PMDB, por exigência da verticalização das coligações, esteja vinculado a outra candidatura, a tendência do partido no Paraná é mesmo a de apoiar o candidato do PT. Ele próprio disse que seu voto é conhecido de todos e que o PMDB deve fazer uma reunião formal, possivelmente uma convenção, para discutir o apoio.
Requião disse que Lula representa a possibilidade concreta de combater o neoliberalismo e a globalização, políticas que empobreceram o povo brasileiro. “Não somos tucanos. Não ficaremos em cima do muro e, antes de chegarmos ao final do primeiro turno, deixaremos clara a nossa posição”. Requião frisou que “se o PMDB paranaense seguir a minha inclinação, teremos um apoio formal e compacto ao Lula”.
Requião lembrou ainda que sua história política se confunde com a de alguns nomes expressivos que hoje se alojam no PT. “Nos dividimos, ao longo de nossa trajetória política, mas já estivemos juntos em muitas lutas”, afirmou. Ele anunciou que todos os deputados estaduais e prefeitos peemedebistas já declararam seu apoio a Luiz Inácio Lula da Silva.
Todos juntos
Em seu discurso Lula observou que a presença de Requião na confraternização petista demonstrava a importância da democracia. “O que mais me fascina, é que a democracia, na adversidade, coloca todos juntos”. Lula agradeceu a participação maciça dos peemedebistas no encontro e disse que vai vencer as eleições presidenciais, por isso “esta turma que hoje está aqui, vai estar junto ainda por muito tempo”.
O jantar oferecido ao candidato petista foi organizado pelo Comitê Suprapartidário instalado, em Curitiba, para apoio às candidaturas de Requião e Lula. Mais de cinco mil pessoas compareceram ao evento, que contou com a participação expressiva de peemedebistas. Além de Requião, compareceram deputados estaduais, prefeitos, lideranças e centenas de militantes peemedebistas.
Garotinho admite fechar com petista
Brasília
(AE) – O candidato do PSB à presidência da República, Anthony Garotinho, sinalizou há pouco que deverá apoiar o petista Luiz Inácio Lula da Silva num eventual segundo turno das eleições presidenciais. Questionado, num seminário de que participa na Universidade de Brasília, em quem votaria, se em Lula ou no candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes, num eventual segundo turno, ele disse: “Por duas vezes, eu votei no Lula. Não preciso opinar sobre isso. Agora, tenho dúvidas se eles (os petistas) vão votar em mim”. Em seguida, ele reclamou da imprensa, afirmando que a campanha eleitoral está sendo manipulada a favor do candidato do PSDB/PMDB, senador José Serra (SP). Questionado sobre a participação, num eventual governo dele, de integrantes de sua família, Garotinho negou o propósito de empregar qualquer um de seus filhos ou parentes. “Podem ficar tranqüilos. Lugar para ocupar funções públicas deve ser preenchido com critério, e não por grau de parentesco”, afirmou.A filha mais velha do candidato, Clarissa Matheus, participa da mesa, ao lado do candidato e integrantes de sua campanha. O candidato do PSB ao governo do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, rompido com Garotinho, não está presente. Ele marcou para o mesmo horário a gravação de uma participação no horário gratuito de propaganda eleitoral na TV.
Safra
Garotinho disse que, se eleito, pretende elevar a safra de grãos do País de atualmente 100 milhões de toneladas para 300 milhões de toneladas, no último ano de seu governo. Ele pregou um esforço maior por parte do governo para que o BNDES amplie suas linhas de financiamento à agricultura.
Em tom de ironia, ele condenou as comemorações, por parte do governo, pela safra recorde de mais de 100 milhões de toneladas prevista para a próxima safra. Segundo Garotinho, motivo de comemoração deve ser uma safra de 300 milhões de toneladas.