A cúpula do PMDB está convencida de que o partido está sob ataque especulativo do PT, que trabalha para avançar sobre o espaço político e administrativo dos peemedebistas Brasil afora. Foi nesse contexto que o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, interrompeu a semana de férias nos Estados Unidos e voltou a Brasília ontem só para confirmar a permanência “definitiva” de Sérgio Machado na presidência da Transpetro.
Discreto, Lobão confirmou apenas que fez uma viagem de dois dias aos Estados Unidos, embora só devesse retornar ao trabalho na terça-feira, e disse que realmente está “trabalhando para que haja paz no PMDB”. Sua volta atendeu aos apelos de dirigentes peemedebistas, especialmente do líder no Senado, Renan Calheiros (AL), que é padrinho da indicação de Sérgio Machado para a Transpetro e estava aflito com os rumores sobre a demissão do afilhado.
O clima interno no PMDB é de desconfiança e apreensão por conta do que eles denominam “ataque especulativo duplo”. Além de investidas paroquiais de petistas que se movimentam para desalojar aliados do PMDB de postos do segundo escalão, eles identificam uma espécie de ataque mais “estruturante”, que serve ao projeto de poder do partido. Daí a manifestação rápida de Lobão, para não permitir que a crise do Dnocs se espalhasse, fazendo outras vítimas peemedebistas no segundo escalão.
“Querem nos asfixiar para disputar as eleições municipais em melhores condições”, acusa o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele diz não ter dúvidas de que as investidas sobre o PMDB fazem parte do projeto de poder do PT e conclui: “Estão nos asfixiando nas bases, que é de onde vem a força do PMDB”.
Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), seu partido é sem dúvida a maior vítima dos ataques especulativos do PT, por ser o maior partido da base aliada, mas não é a única. “Somos nós que mais sofremos, mas o ataque é em cima de todos os aliados, no sentido de estabelecer uma hegemonia.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.