PMDB às voltas com desvios de conduta

A fidelidade partidária é o tema da vez no PMDB, que está discutindo como deve ser o comportamento dos deputados estaduais nas eleições municipais deste ano em relação aos prefeitos que os apoiaram para chegar à Assembléia Legislativa em 2006 e agora pedem a contrapartida.

Como muitos destes prefeitos vão ser adversários de candidatos peemedebistas em outubro, o diretório estadual debate um jeito de evitar os desvios de conduta.

Algumas situações específicas já começaram a ser expostas. Uma delas diz respeito ao vice-presidente estadual do partido, Luiz Claudio Romanelli, que recebeu a ajuda do prefeito de Cornélio Procópio (PP), Amin José Hannouche (PDT), para se eleger deputado estadual e agora se vê no dilema de ter que negar apoio porque o PMDB terá candidato próprio na cidade.

Outro caso é o do deputado estadual Mauro Moraes. Ele foi visto nas últimas semanas acompanhando o prefeito Beto Richa (PSDB) em inaugurações de obras na periferia de Curitiba e segundo informações que chegaram ao diretório estadual, teria declarado seu voto em Beto Richa (PSDB). Moraes, que já está sendo visto com desconfiança por alguns setores devido a suas posições frontalmente contrárias à pré-candidatura do reitor da Universidade Federal do Paraná, Carlos Augusto Moreira Junior, negou declaração de apoio a Beto Richa.

Foto: Ciciro Back

Mauro Moraes: vai aos bairros.

O deputado peemedebista confirmou que tem participado de solenidades junto ao tucano. Mas explicou que vai às inaugurações quando são obras realizadas nos bairros de sua base eleitoral e que também foram solicitadas pelo vereador Beto Moraes (PSDB), que ajudou a eleger. ?Fiz 98% dos meus votos em Curitiba. É evidente que vou nas inaugurações nos meus bairros. Também já deixei claro que não participo da campanha de Moreira. Mas não significa que vou apoiar o candidato de outro partido. Quem apóia abertamente é o Beto Moraes, que é do PSDB?, disse.

Já Romanelli avalia como complexa a situação. ?É necessário dizer que quando fomos disputar a eleição do segundo turno, em 2006, procuramos pessoas para pedir apoio. E nesta hora, não perguntamos em que partidos estavam filiados?, comentou. No caso do prefeito de Cornélio Procópio, ele era filiado ao PDT e apoiou a reeleição do governador Roberto Requião, contra a candidatura do presidente estadual do partido, senador Osmar Dias (PDT). ?Não podemos convidar as pessoas para pescar e quando chegamos na beira do rio, afogamos as pessoas. Isso não se faz?, disse Romanelli, que defende a liberdade de os deputados escolherem seus palanques eleitorais.

O presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi, disse que o partido tem posições definidas a favor da fidelidade partidária e que há uma cobrança da militância do partido sobre a postura dos deputados. ?Os municípios estão trazendo reclamações ao diretório?, observou. 

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