Para impedir o avanço das bancadas do PP e do PSDB, após esses partidos terem sido bem contemplados na reforma ministerial, o grupo do PMDB comandado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), articula emplacar um peemedebista como líder do governo na Casa. Embora o discurso público seja o de que a indicação para o posto cabe ao presidente em exercício Michel Temer, Renan e seus aliados têm dado sinais de que gostariam de ver um integrante da legenda no cargo. A medida seria vista como sinal de prestígio para a maior bancada (19 senadores).
Renan e aliados trabalham para convencer a senadora Simone Tebet (PMDB-MS) a se tornar o nome da bancada para o cargo que será levado para a chancela do presidente em exercício. O líder do partido no Senado, Eunício Oliveira (CE), deverá conversar com Temer, a quem é ligado.
O maior receio do grupo de Renan é de que outros partidos da nova base aliada garantam maior acesso a Temer nas negociações, caso não emplaque o líder do governo na Casa. Aliados do presidente do Senado consideram que PP e PSDB já foram bem contemplados no Ministério.
Os peemedebistas atuam para respaldar a indicação de Simone Tebet, novata no Senado aos 46 anos, mas com uma carreira política em ascensão: filha do ex-presidente do Congresso Ramez Tebet, já foi deputada estadual por Mato Grosso do Sul, prefeita de Três Lagoas e vice-governadora do Estado. A senadora tem a bênção de Renan. Na quinta-feira, ele defendeu a escolha de uma mulher para a liderança do governo na Casa. “Se for uma mulher, será bom, como uma resposta do Senado a essa circunstância que vivemos no Brasil”, disse Renan, numa alusão ao fato de que o presidente em exercício não incluiu mulheres no primeiro escalão do governo.
Simone disse não ter tido nenhum convite ou sondagem para ocupar a liderança do governo no Senado. Ela afirmou que a escolha para o posto não precisa ficar com o PMDB e está disposta a ajudar Temer em qualquer circunstância. “Eu jogo em qualquer posição.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.