O candidato a vice-governador do PMDB, deputado estadual Orlando Pessuti, começou a articular na Assembléia Legislativa os apoios das bancadas dos partidos derrotados no primeiro turno.
Pessuti reuniu-se com deputados tucanos e pefelistas. Nenhuma adesão foi formalizada ainda, mas o candidato a vice do PMDB espera obter o apoio de um bom número de pefelistas e tucanos que, no primeiro turno, trabalharam em favor da candidatura de Beto Richa (PSDB).
No PFL, há uma clara divisão. Uma parte da bancada já sinalizou que poderá subir ao palanque de Requião. Os deputados Nelson Justus e Nelson Garcia estão propensos a pedir votos para o peemedebista. Já o líder da bancada, deputado Plauto Miró Guimarães, também conversou com Pessuti mas disse que ainda não se definiu e que deverá adotar uma posição partidária. O mesmo ocorre com o deputado Durval Amaral, que exerce a liderança do governo na Assembléia. Amaral, que começou sua carreira política no PMDB, foi secretário estadual no governo Requião, deixou o partido há vários anos, mas considera possível se reconciliar taticamente neste momento com o senador. “Em política, tudo é possível. Até boi voar”, disse, repetindo um velho bordão da política nacional. Outro que pode reforçar o palanque de Requião é o deputado federal eleito para a Assembléia Rafael Greca (PFL). O pefelista vem demonstrando simpatia pelo PMDB desde o primeiro turno.
Outros três deputados estaduais do PFL, Elio Rusch, secretário geral do diretório estadual, e Cleiton Quielse, tendem a se aliar ao senador Alvaro Dias(PDT). Segundo Amaral, a bancada irá se reunir hoje para decidir se haverá uma posição comum ou se cada um fica liberado para apoiar quem quiser.
Convalescença
Já no PSDB, a conversa incluiu também o candidato ao governo, senador Roberto Requião. Pessuti e Requião estiveram conversando com o presidente estadual do PSDB, Basílio Villani, no hospital Santa Cruz, onde o tucano está internado desde anteontem. Na bancada estadual, até o momento, apenas Hermas Brandão indica que poderá apoiar Requião.
No PT, a posição do partido seria decidida numa reunião ontem à noite. O deputado estadual Angelo Vanhoni adiantou que a tendência era fechar com o PMDB, apesar do apoio de Alvaro a Lula.
O senador conversou também com o deputado federal Rubens Bueno (PPS). O partido de Bueno anuncia sua posição amanhã.
Conselho conduz acordos
Elizabete Castro
As costuras de alianças no segundo turno na coligação do senador Álvaro Dias vêm sendo conduzidas pelo recém-criado Conselho de Coordenação da Campanha, integrado pelas direções estaduais do PTB, PDT e pelo suplente do candidato no Senado, Olivir Gabardo. Álvaro não tem feito aparições públicas desde a noite de domingo, quando foi encerrada a apuração dos votos na eleição majoritária. A assessoria do senador informou que ele está viajando e que somente retorna a Curitiba hoje à noite. O Estado apurou que o senador está se recuperando de uma laringite.
Gabardo disse que as adesões à campanha de Álvaro do segundo turno serão anunciadas nas próximas horas pelo comando de campanha da Coligação Vote 12. Provavelmente, o próprio candidato vai apresentar seus novos aliados em entrevista coletiva na próxima quinta-feira. “A candidatura de Alvaro já conta com o apoio da maioria das lideranças políticas do interior, entre prefeitos e deputados federais e estaduais de diversos partidos, que estão trabalhando para a eleição de Alvaro em sua bases”, disse Gabardo.
O candidato também irá iniciar a gravação da propaganda eleitoral nas emissoras de rádio e televisão que ainda não tem data marcada para recomeçar. Álvaro pretende ainda retormar um roteiro de viagens pelo interior. Ele vai visitar algumas cidades, sobretudo os maiores colégios eleitorais, e aqueles municípios onde não conseguiu ir no primeiro turno.
O candidato do PDT aposta na conquista de aliados entre uma ala majoritária do PSDB e PFL. Alvaro também acredita que poderá ter o apoio do PT, em retribuição a sua adesão à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Gabardo disse ainda que a expectativa da coligação é de que a vantagem de Alvaro sobre o candidato do PMDB, Roberto Requião, amplie-se para, no mínimo, o dobro da diferença de votos obtida no primeiro turno. “De uma diferença de 268.665 votos a mais, acredito que a vantagem de Alvaro poderá variar entre 500 a 800 mil votos”, acredita.