PMDB apresenta laudo que comprova fraude

O secretário geral do PMDB, Luiz Carlos Delazari apresentou ontem o laudo de avaliação das imagens e áudio colocadas no ar na propaganda política da televisão pelo candidato a deputado federal José Janene (PPB).

De acordo com o laudo, assinado pela equipe coordenada pelo perito judicial Ari Ferreira Fontana, “nenhuma conclusão resta senão a de se afirmar categoricamente que os áudios atribuídos à pessoa do senador Roberto Requião, em ambas as fitas VHS, objeto desse trabalho, é produto de fraude e como tal sofreu cortes e edições para se montar o texto apresentado no programa de horário eleitoral”.

Para Delazari, a apresentação do vídeo é sinal de desespero. “Este é um material velho e requentado. A história do diabo já passou dos limites. Em 98 ela foi apresentada pelo Luiz Carlos Alborghetti, em 2000 foi usada novamente, e sempre o PMDB ganhou direito de resposta”, conta.

O secretário geral faz questão de lembrar que embora as propagandas não tenham sido veiculadas no horário destinado ao candidato ao governo, o senador Alvaro Dias compactua das acusações inverídicas. “A Coligação Vote 12 acoberta isso, o que demonstra o desespero do Alvaro. Em 98 eles divulgaram a fita nos três últimos dias da campanha, não deu tempo de resposta. Depois eles não tiveram coragem de veicular na televisão, e distribuíram o material nas igrejas evangélicas. Agora a Coligação do Alvaro massificou a história para amedrontar e induzir os menos favorecidos”.

O departamento jurídico do PMDB está entrando com medidas judiciais contra Alvaro Dias, José Janene e Tony Garcia. Na esfera criminal eleitoral eles poderão ser enquadrados em de desobediência à ordem da justiça eleitoral; crime de divulgação de fato inverídico; crime de difamação; crime de injúria, calúnia e falsificação e crime de uso de documento falsificado. Na esfera eleitoral o PMDB está entrando com uma representação com liminar de suspensão da veiculação da propaganda e de direito de resposta; e representação para que a Coligação Vote 12 perca o tempo utilizado para a divulgação da propaganda irregular. Além disso eles entraram com uma ação cível por dano moral.

Montagem

“O Janene assaltou os cofres da Prefeitura de Londrina em mais de R$ 5 milhões, e o perito, Ricardo Molina de Figueiredo não tem qualificação moral. O perito deles tem condenação criminal e foi exonerado a Universidade de Campinas por justa causa”, diz Delazari. Segundo ele, o fato principal que comprovaria a montagem da fita é quando Roberto Requião fala “eu selei aliado”, ao invés de “eu serei aliado”. “O Requião não costuma errar ao falar”, declara.

Ele diz ainda que Janene é o denunciado e não o denunciante. “Na ação do dia 18 contra o Janene e o Belinati (Antônio Carlos, ex-prefeito de Londrina), o deputado está com os bens indisponíveis, e com o sigilo fiscal, bancário e telefônico quebrados. Ele não tem qualificação nenhuma. Além disso, no dia 28 o Janene acusou o Requião de morte, tem até um inquérito na Polícia Federal. As agressões verbais foram gravadas, e tem testemunhas”, conta.

Delazari afirma que José Janene não foi processado por ter um cargo político. “Até agora ele se safou porque o parlamentar era coberto pelo manto da imunidade”.

PPB insiste na autenticidade

O presidente estadual do PPB, deputado estadual José Janene, apresentou ontem um laudo assinado pelo perito Ricardo Molina atestando a autenticidade da voz do senador Roberto Requião (PMDB) nas gravações de áudio e vídeo exibidas no horário eleitoral gratuito. Molina observa, entretanto, que no exame de autenticidade, embora as gravações tenham o mesmo conteúdo básico, não há garantias de que sejam todas oriundas de uma única matriz.

No programa eleitoral gratuito, Janene mostra imagens do candidato do PMDB ao governo declarando que para atingir seus objetivos faz alianças com o demônio e sobe no palanque do diabo. No laudo, Molina informa que examinou três fitas de vídeo que, segundo Janene, fazem parte de entrevistas concedidas por Requião a emissoras de rádio e televisão do interior do estado em 98. Ainda de acordo com Molina, a gravação é composta de três trechos e cada um deles é “íntegro e contínuo”, sem indícios de montagem.

Janene disse que decidiu recorrer aos serviços do perito, cujo laudo leva a data do sábado passado, dia 21, para mostrar que Requião mentiu ao negar as declarações. Segundo o deputado, o laudo é inquestionável por ter sido elaborado por um profissional que considera como o melhor em atividade no país. Molina é coordenador do Laboratório de Fonética Forense e Processamento de Imagens, de Campinas, e é conhecido pela sua atuação no caso PC Farias, onde travou uma polêmica com seu colega Badan Palhares. O laudo de Molina foi contestado naquele caso.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo