PMDB ameaça retomar presidência da CPI Mista

Durante reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Cartões Corporativos , nesta terça-feira (8), o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), disse que o partido poderá retomar a presidência da comissão. O parlamentar lembrou que o partido, que tem a maior bancada no Congresso, abriu mão do cargo como parte de um acordo com a oposição para que não fosse criada outra CPI sobre o mesmo assunto no Senado.

Por isso, caso realmente seja instalada uma CPI exclusiva do Senado, como deseja a oposição, Raupp garante que o PMDB retomará a presidência da CPI Mista dos Cartões Corporativos. Na ocasião, o senador também se disse preocupado com os rumos dos trabalhos no Senado, que "há algum tempo só lida com agenda negativa".

Já o deputado Vic Pires Franco (DEM-PA) revelou ter tido acesso a gastos de viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pagos com cartão corporativo, no valor de US$ 8.170. Em relação à divulgação desses dados para a imprensa, Vic Pires disse ter-se sentido desobrigado a mantê-los em segredo por tê-los recebido extra-oficialmente.

O tema do sigilo dominou as discussões. O senador José Nery (PSOL-PA) considerou um "ato de insanidade parlamentar" o fato de os membros da CPI Mista dos Cartões Corporativos não terem aprovado requerimento solicitando acesso a auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre gastos sigilosos da Presidência da República.

"Nos negamos a ter acesso a informações absolutamente necessárias para formar juízo de valor sobre os fatos denunciados. É lastimável o papel que estamos cumprindo aqui" protestou.

Já os senadores do PSDB Flexa Ribeiro (PA) e Marconi Perillo (GO) questionaram o número de cartões corporativos efetivamente usados por funcionários lotados na segurança presidencial. O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Jorge Armando Félix, disse que apenas três cartões são usados pelo GSI.

Segundo o general, dos três cartões, um é usado em Florianópolis (SC), onde mora uma filha do presidente Lula; outro em São Paulo, onde vivem outros filhos do presidente; e o terceiro está sob responsabilidade do chefe do departamento de segurança da Presidência.

Félix acrescentou que também são considerados cartões usados por funcionários da segurança presidencial 12 pertencentes à Secretaria Nacional Anti-Drogas e outros utilizados pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cujo número não soube informar. O general admitiu a existência de irregularidades no uso desses cartões que ocorreriam, em grande parte, "por erro, e não por dolo".

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