A guerra deflagrada entre o PSDB e o PMDB na apresentação de representações no Conselho de Ética do Senado não deve terminar tão cedo. A presidente em exercício do PMDB, deputada Íris Araújo (GO), e o líder do partido no Senado, Renan Calheiros (AL), anunciaram ontem, formalmente, que vão entrar com representação contra o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), no início da próxima semana. A ideia é protocolar de três a quatro ações por falta de decoro parlamentar. “Vão ser de três a quatro representações”, explicou o senador Wellington Salgado (PMDB-MG), um dos integrantes da tropa de choque de Sarney.
Por sua vez, Virgílio estuda encaminhar nova denúncia, desta vez contra Renan. Ele avalia que o líder peemedebista feriu o decoro ao ameaçar denunciá-lo ao conselho, caso o PSDB insistisse em pressionar pela saída de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado. “Não podemos esquecer que ele ia ser cassado por corrupção e depois ficou no plenário implorando por votos para se salvar”, disse ontem Virgílio. Sarney é alvo de 11 ações no conselho: cinco representações (duas do PSOL e três do PSDB) e seis denúncias – quatro só de Virgílio e duas assinadas pelo tucano e pelo senador Cristovam Buarque (PMDB-DF).
“A partir do momento que o PSDB assinou embaixo as representações contra o presidente Sarney, não deixou outro caminho ao PMDB a não ser protocolar as ações contra o Arthur Virgílio”, disse ontem Renan, ao argumentar que a quantidade de ações contra Sarney “é a marcha da insensatez”. Segundo Renan, o PMDB entrará no conselho apenas contra o líder tucano. A presidente em exercício do PMDB disse que a assessoria jurídica do partido estuda a melhor forma de encaminhar as acusações.