A aliança com o PSDB é tida como praticamente fechada, mas, se algo der errado, o PMDB está pronto para repetir o palanque do primeiro turno de 2002, quando disputou a eleição com a chamada "chapa pura", ou seja, sem coligações. O presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, disse que o partido, hoje, tem muito mais condições de enfrentar uma eleição sozinho do que há quatro anos, quando, mesmo assim, conseguiu eleger o governador.
O dirigente peemedebista lembrou que, em 2002, o PMDB tinha seis prefeitos. Agora, tem mais de duzentas prefeituras sob sua administração. Esse domínio nos municípios faz a diferença, afirmou Dobrandino. Ele ainda garantiu que o partido não está preocupado com o resultado da reunião realizada ontem entre o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, e o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati, que decidiria o destino da proposta de palanque único com o PMDB. "Não vejo problema nisso. Eles têm bastante interesse na nossa proposta", afirmou.
No próximo sábado, o PMDB faz sua convenção no Clube Literário do Portão e deixará em aberto as indicações de candidato a vice-governador e Senado. Na proposta de aliança com o PSDB, a vaga de candidato a vice-governador está reservada para o presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão. Em caso de um palanque sem alianças, Dobrandino afirmou que o vice-governador Orlando Pessuti deverá ser indicado, novamente, para o cargo. "Nós consideramos que pouca coisa pode alterar o nosso acordo com o PSDB, mas se por ventura isso acontecer, o Pessuti é o vice", afirmou o presidente estadual do PMDB.
Para o Senado, em caso de aliança com os tucanos, a vaga seria do senador Alvaro Dias. Mas se o PMDB concorrer com chapa própria, um dos nomes estudados é o do ex-governador Paulo Pimentel. "O Paulo quer ser candidato e nós temos conversado com ele. Acho que o Paulo será o nosso candidato se formos sozinhos", disse.
Dobrandino disse que o PMDB não pode se deixar contaminar pelo favoritismo mostrado em pesquisas internas de intenções de votos. "Um partido que se preza não pode subestimar os outros. Estamos preparados para ir sozinhos, mas em nenhum momento com esse espírito de já ganhou", disse.
Proporcional
Além do PSDB, o PMDB tem discutido a possibilidade de uma coligação com o PP. Entretanto, há um veto explícito da bancada federal peemedebista ao acordo com o PP, informou Dobrandino. A razão está no registro das votações de alguns deputados federais do PP, que são candidatos à reeleição. O presidente estadual do PP, Dilceu Sperafico, assim como os deputados federais Nelson Meurer e Ricardo Barros, costumam ter votações altas, que podem prejudicar a eleição de peemedebistas à Câmara dos Deputados. Com o PSDB, a coligação proporcional atenderia aos dois lados, disse o presidente do PMDB, já que as votações dos candidatos apresentam um equilíbrio em número de votos. Nesse caso, tanto PSDB como PMDB teriam que cortar candidatos de sua lista, informou o presidente do PMDB.