Um acordo de líderes partidários viabilizou a eleição hoje dos indicados para as demais seis vagas de titular na Mesa Diretora do Senado. No entanto, a falta de entendimento sobre o comando das comissões permanentes adiou a definição dos quatro suplentes. PSDB, PMDB e PT disputam a presidência da Comissão de Infraestrutura (CI).

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O colegiado é estratégico para o governo, porque analisa as indicações para agências reguladoras e projetos relacionados ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Como as vagas de suplentes misturam-se às negociações para a presidência das comissões, essa definição ficou para amanhã. Apenas o DEM se antecipou e indicou a senadora Maria do Carmo Alves (DEM-SE) para uma das suplências.

As negociações para a formação dos blocos partidários também influenciaram a composição da Mesa. Assim, o PMDB, que deseja reeditar o bloco com o PP, cedeu uma vaga de titular para o aliado, que indicou o senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Quarta Secretaria. Em contrapartida, a vaga de suplente do PP ficará com o PMDB.

Igual negociação ocorreu entre PT e PR (que devem formar um bloco partidário reunindo, ainda, PCdoB, PSB, PRB e PDT). O PT cedeu a segunda vaga de titular para o PR, que indicou o ex-líder da bancada João Ribeiro (TO) para a Segunda Secretaria. Sem o acordo, o PR não teria assento na Mesa.

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Como maior bancada, com 20 senadores, coube ao PMDB indicar o presidente da Casa, viabilizando a reeleição de José Sarney (AP). Com 15 senadores, o PT consolidou-se como a segunda maior bancada e escolheu a Primeira Vice-Presidência, indicando Marta Suplicy (SP) para ocupá-la.

O PT cogitou escolher a Primeira Secretaria, considerada a “Prefeitura” do Senado, porque lhe cabe administrar os contratos e a folha de pagamento da Casa. Tradicionalmente, esta vaga ficou com a oposição, já que nos últimos anos, o bloco PSDB-DEM firmou-se como a segunda maior bancada.

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Mas o PT mudou de ideia diante da experiência negativa com o tucano Marconi Perillo (PSDB-GO) no cargo, na legislatura passada. O PT avaliou que, na prática, o tucano presidiu mais sessões deliberativas que Sarney e desfrutou de amplo poder na definição da pauta do plenário. Por isso, o PT preferiu não correr o risco de deixar o cargo, mais uma vez, nas mãos da oposição.

A escolha do PT obrigou o PSDB, terceira maior bancada, a reivindicar a Primeira Secretaria, indicando o paraibano Cícero Lucena para o cargo. Os tucanos preferiam continuar com a Primeira Vice-Presidência, mas diante da definição do PT, o PSDB teve que ficar com a “Prefeitura”.

Com uma bancada de seis senadores, coube ao PTB a Terceira Secretaria, para a qual indicou o senador João Vicente Claudino (PI). Com isso, o piauiense pode permanecer na direção do Senado. Na legislatura passada, ele comandou a Segunda Secretaria.

A composição da Mesa Diretora do Senado é a seguinte: presidente José Sarney (PMDB-AP), primeira vice-presidente, Marta Suplicy (PT-SP), segundo vice-presidente, Wilson Santiago (PMDB-PB), primeiro secretário, Cícero Lucena (PSDB-PB), segundo secretário, João Ribeiro (PR-TO), terceiro secretário, João Vicente Claudino (PTB-PI) e quarto secretário, Ciro Nogueira (PP-PI). As quatro suplências serão definidas amanhã.