Pleito deve levar 236 mil às urnas em 4 cidades dia 6

Cerca de 236 mil eleitores de quatro cidades brasileiras deverão escolher novos prefeitos e vice-prefeitos em eleições suplementares marcadas para o próximo domingo pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Todos os eleitos terão mandatos até 31 de dezembro de 2012 e substituirão políticos cassados ou que renunciaram após escândalos.

O maior colégio eleitoral entre as quatro cidades é Dourados (MS), com 139.572 eleitores, seguido de Valença (RJ), com 56.750, Mangaratiba (RJ), com 25.734, e a mineira Conceição do Mato Dentro, com 14.349, de acordo com a contagem do TSE, de novembro de 2010. Em Dourados e em Mangaratiba, a eleição de domingo é tida como certa. Em Valença e em Conceição do Mato Dentro, os pleitos ainda podem ser barrados por decisão da Justiça.

Segundo maior município de Mato Grosso do Sul, Dourados escolherá o substituto do ex-prefeito Ary Artuzi (PDT). Ele foi preso em setembro do ano passado pela Operação Uragano da Polícia Federal, acusado de desvio de verbas públicas e renunciou ao mandato no início de dezembro de 2010. Disputam o cargo Murilo Zauith (DEM), Genival Antonio Valeretto (PMN), Geraldo Sales Ferreira (PSDC) e José de Araujo Oliveira (PSOL).

Zauith, ex-vice-governador, conseguiu arregimentar uma coligação com 15 partidos, inclusive o PT, que indicou, como candidata, a vice-prefeita Dinanci Ranzi. A coligação com o DEM teve o aval do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e rachou o PT sul-mato-grossense. Uma ala contrária à decisão recorreu à Executiva Nacional do partido, mas a decisão só deve sair após as eleições.

Na praiana Mangaratiba, distante cerca de 90 quilômetros do Rio de Janeiro, o eleitor escolherá o substituto do ex-prefeito Aarão de Moura Brito (PMDB). Durante a campanha em 2008, Brito, então prefeito e candidato à reeleição, criou uma lei complementar e deu 41,4% de aumento no piso dos funcionários públicos municipais. Quinze dias depois de reeleito, ele revogou a lei. O artifício foi considerado crime eleitoral e custou-lhe o mandato que foi cassado em julho do ano passado. Disputam o cargo de prefeito em Mangaratiba José Luiz do Posto (PMDB), com o apoio do governador Sérgio Cabral (PMDB), Evandro Capixaba (PR), Gustavo Busse(PSDB) e Ruy Quintanilha (PV).

Já em Valença, o eleitor foi convocado a escolher o sucessor de Vicente Guedes (PSC). Ele foi eleito em 2008, após dois mandatos seguidos como prefeito em Rio das Flores (RJ). A Justiça Eleitoral entendeu que Guedes estaria em um terceiro mandato e ele foi cassado em junho do ano passado. Como o ex-prefeito ainda tenta recorrer da decisão do TSE junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a eleição ainda corre o risco de não ocorrer na cidade fluminense.

São candidatos em Valença o prefeito interino Paulo Jorge César, o Paulinho da Farmácia (PPS), Luiz Fernando da Graça (PP), Álvaro Cabral da Silva (PRB), Francisco Lima (PSOL) e Luiz Felipe de Freitas (PR). O TSE previa ainda eleição suplementar em Campos dos Goytacazes, quinto maior colégio eleitoral fluminense, com 333.483 eleitores. No entanto, a prefeita Rosinha Garotinho (PMDB), eleita em 2008 e cassada em agosto do ano passado, voltou ao cargo em dezembro por determinação do ministro do TSE, Marcelo Ribeiro. O processo retornou para 100ª Zona Eleitoral, em Campos, e está parado.

Indefinição mineira

Assim como em Valença, a eleição em Conceição do Mato Dentro, cidade no entorno de Belo Horizonte, ainda está ameaçada. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) aguarda recursos às candidaturas indeferidas na cidade. Até amanhã, o TRE-MG julgará recursos da candidata do PR, Nelma Carvalho, e de Priscila Costa (PTC), candidata a vice-prefeita de Paulo da Silva (PTC), única candidatura deferida até agora no município.

A cidade mineira terá a terceira eleição desde 2008 e já teve cinco prefeitos na atual legislatura. Após o ex-prefeito Breno Costa (DEM) ser cassado no ano passado, a cidade mineira elegeu Breno Júnior (DEM), que foi impedido de tomar posse justamente por ser filho de Costa. A atual candidata Nelma Carvalho assumiu interinamente, mas renunciou. Depois dela, o vereador Ildeu da Silva (DEM) ficou mais um mês no cargo e deu lugar ao prefeito interino e presidente da Câmara desde 1º de janeiro, Antônio José da Silva Neto (PDT).

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