O socorro do Rio de Janeiro envolve medidas para cobrir uma deficiência financeira de R$ 26 bilhões só neste ano, disse nesta quinta-feira, 26, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. A lista inclui incrementos na receita, cortes de despesas, mudanças na Previdência, repactuação de dívidas e concessão de empréstimos.

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O ministro ressaltou que as medidas só entrarão em vigor após a aprovação de leis pelo Congresso Nacional e pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Neste caso, o Estado terá acesso a um empréstimo de R$ 6,5 bilhões, tendo como garantias a privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e receitas futuras de royalties de petróleo – neste caso, ainda há cerca de R$ 3 bilhões em fluxo que ainda não foram securitizados.

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“Concordamos com a estruturação de operação que vai permitir que se use Cedae como garantia, depois de aprovado projeto permitindo a privatização. Recursos da privatização servirão para que a União conceda aval numa operação de empréstimo com bancos, podem ser bancos federais ou privados, mediante valores a serem estimados com avaliações públicas”, disse Meirelles, ressaltando que os royalties também poderão entrar na operação.

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As demais medidas, citou Meirelles, somam 19,6 bilhões. Entre iniciativas de aumento de receita, que trarão R$ 1,2 bilhão neste ano, há aumentos de ICMS já aprovados (R$ 360 milhões), criação de um fundo de incentivos para que empresas beneficiadas contribuam com 10% do valor (R$ 428 milhões) e uma negociação com a Petrobras, não detalhada pelo ministro, no valor de R$ 400 milhões.

Na contenção de despesas, o Estado deve poupar R$ 9 bilhões este ano, afirmou Meirelles. Neste caso, uma série de medidas será proposta, como deixar “parte importante” dos restos a pagar (débitos de anos anteriores) para anos seguintes em vez de pagá-los em 2017. Também estão na lista redução de secretarias, autarquias e a criação de um plano de demissão de servidores celetistas.

Há ainda mudanças na Previdência estadual, com a elevação da alíquota regular de servidores de 11% para 14% e a criação de uma alíquota adicional temporária de 8%, que vai durar o mesmo tempo de vigência do acordo (três anos), como antecipou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Essa melhoria no fluxo da Previdência estadual trará R$ 3,2 bilhões só neste ano.

A repactuação de dívidas, por sua vez, permitirá ao Estado deixar de pagar R$ 6,2 bilhões entre principal e juros neste ano. Só a repactuação da dívida com bancos federais deve ficar em torno de R$ 2,2 bilhões.

Meirelles destacou que as medidas só terão validade após a aprovação dos respectivos projetos pelos Legislativos. Ao Congresso, o governo federal vai encaminhar um projeto de lei complementar para formalizar a possibilidade de ajuda, que poderá servir também a outros Estados que quiserem e estiverem dispostos a se submeter às contrapartidas.

“É um projeto que tem certa similaridade com o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), mas não necessariamente será a mesma coisa que foi enviada no ano passado. Terá mudanças específicas, mas basicamente contempla o que consideramos necessário”, disse Meirelles.