Mesmo sendo tão importante, o plano de governo dos candidatos fica à revelia para muitos eleitores. No Brasil, as pessoas que vão às urnas não têm por tradição examinar a lista de ações que os candidatos propõem para seus quatro anos de mandato, caso eleitos.
Os documentos extensos se tornam cansativos, mas o cientista político e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fabrício Tamio, alerta sobre a importância de se informar sobre as propostas. Além de conhecer as intenções do candidato, o eleitor poderá acompanhar sua atuação após as eleições, bem como cobrar que as metas propostas sejam cumpridas. “Raramente você terá um plano de governo cumprido, mas ele serve para os eleitores e grupos que monitoram áreas específicas, como educação e orçamento público, comprar e cobrar dos candidatos o que está sendo feito”, destaca Tamio.
Acesso à informação
O professor lembra ainda que hoje há vários caminhos para ter acesso ao plano de governo dos candidatos, facilitado pelas redes sociais. O próprio Tribunal Superior Eleitoral (TSE), através da sessão DivulgaCand, traz em detalhes os planos de cada um dos candidatos em sua página na internet. Os sites dos candidatos também têm informações das propostas. “Além de o candidato querer tornar público o que pretende fazer, também é obrigado a fazer isso para ter sua candidatura registrada”, afirma o cientista político.
Mas a obrigatoriedade é apenas para os cargos de presidente e governador. Segundo a assessoria de imprensa do TSE, o pretendente a um destes cargos não terá sua candidatura indeferida por não apresentar no ato do registro seu plano de governo. Porém, terá de fazer no decorrer do período eleitoral e poderá ser cobrado pelo relator do processo de verificação das candidaturas. No Paraná, os oito concorrentes ao governo já entregaram suas propostas. Elas estão disponíveis no site do TSE.