Criticado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que classificou como “ilegal” o repasse de recursos públicos para movimentos sociais que invadem terras, o governo preferiu o silêncio oficial. Mas assessores do Planalto consideraram inadequada a atitude do ministro. Qualificaram como descabido o fato de Mendes cobrar atos do Ministério Público, além de opinar fora dos autos. Para o governo, não há ilegalidade no repasse de recursos para o Movimento dos Sem-Terra (MST).
Assessores palacianos lembram que, no passado, quando houve denúncia semelhante, estudos feitos pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário não detectaram repasses irregulares. Já a cúpula do Congresso endossou ontem as críticas que Mendes fez ao financiamento público dos sem-terra. Os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney (PMDB-AP) e Michel Temer (PMDB-SP), afirmaram que o Poder Judiciário deve coibir ilegalidades quando houver desrespeito à Constituição.