O secretário estadual de Comunicação Social, Airton Pisseti, não compareceu à sessão de ontem, quando seria questionado sobre as denúncias feitas pelo governador Roberto Requião (PMDB) contra o deputado Edson Praczyk (PL), acusado de exigir verbas publicitárias em troca de votos a favor do governo. Pisseti telefonou ao presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão (PSDB), para informar que estaria disposto a falar apenas à Comissão de Ética da Casa, que na próxima segunda-feira, dia 20, faz a sua primeira reunião para tratar do assunto.
O presidente da Comissão de Ética, Nelson Garcia (PSDB), disse que primeiro vai ouvir os deputados que participaram das reuniões no Palácio Iguaçu, onde teria sido feito o pedido de Praczyk, ou conforme a versão do deputado do PL, onde Pisseti teria feito a oferta de liberação de verbas para que votasse com o governo. Os deputados Mauro Moraes (PL), Chico Noroeste (PL), Renato Gaúcho (PDT), o ex-líder do governo, Natálio Stica (PT), e o atual, Dobrandino da Silva (PMDB) serão chamados por Garcia para relatar o que aconteceu.
A partir desses depoimentos, a Comissão de Ética irá propor os encaminhamentos. Se ficar convencida da culpa dos deputados, pode sugerir vários tipos de penas, que vão de suspensão à cassação do mandato. Se não chegar a uma conclusão sobre quem está falando a verdade – se Praczyk e Gaúcho ou se o governador e o secretário – pode pedir a abertura de uma CPI.
Na conversa de ontem com Brandão, o secretário da Comunicação Social disse que irá confirmar à Comissão de Ética as declarações de Requião, que acusou Praczyk de exigir R$ 45 mil mensais em verbas de publicidade para seu programa de rádio para votar a favor de projetos do governo.