Foto: Daniel Derevecki |
Pisseti: banco tem duas vagas. continua após a publicidade |
A indicação do secretário estadual de Comunicação, Airton Pisseti, para ocupar uma das diretorias do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) poderá ser apresentada na próxima semana.
Na segunda-feira, dia 19, em reunião com a assessoria, o atual diretor administrativo do banco, que acumula a Diretoria de Acompanhamento e Recuperação de Créditos, Paulo Furiati, anuncia se irá deixar o cargo para concorrer à prefeitura da Lapa pelo PMDB, nas eleições municipais deste ano. Se for candidato, Furiati terá que se afastar até 5 de junho.
Na segunda-feira também vence o prazo fixado informalmente para que o atual procurador-geral do Estado, Carlos Frederico Marés, diga se permanecerá no Executivo ou voltará para o banco. Marés se afastou em janeiro, mas com a perspectiva de voltar em quatro meses. Porém, ao que tudo indica, não retorna mais ao banco. Se permanecer na Procuradoria, serão duas as vagas abertas no BRDE, cujas diretorias são divididas entre Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Uma delas será destinada a Pisseti, segundo confirmam parlamentares da base governista. Pelo menos esta seria a inclinação atual do governador Roberto Requião (PMDB), que pela primeira vez em seis anos nestes dois mandatos sucessivos passou a admitir a possibilidade de trocar o titular da Secretaria de Comunicação. Pisseti também já disse ao governador que aceita o convite.
Se mantiver a disposição de deslocar o auxiliar, Requião apresentará a indicação de Pisseti ao presidente do BRDE, que submeterá o nome do atual secretário ao crivo do Banco Central. O aval do Banco Central, que pesquisa se não há nada desabonador no currículo do candidato, é necessário para cada um dos diretores que tomam posse no banco. A resposta do Banco Central costuma levar de trinta a sessenta dias. As indicações do Rio Grande do Sul também são acompanhadas de uma sabatina na Assembléia Legislativa estadual.
Se for indicado, Pisseti não terá muita margem de ação. Vai ter que se submeter à linha de atuação demarcada pelo governador no início da sua gestão, quando decidiu que os representantes paranaenses no banco têm que direcionar seu desempenho para a concessão de crédito a médios e pequenos produtores e não apenas às grandes cooperativas.
A possível saída de Pisseti do governo vem sendo esperada há muito tempo por setores da base governista na Assembléia Legislativa. Desentendimentos começaram já no início do governo, quando grupos de deputados pediram a saída de Pisseti, com o argumento de que seu trabalho era insatisfatório. O governador não cedeu e os deputados descobriram que quanto mais criticavam o secretário, mais ele se fortalecia perante Requião, que detesta pressões.
No início deste ano, Pisseti virou alvo da oposição, que passou dois meses questionando sua participação na campanha presidencial do Paraguai, com idas freqüentes a Assunção, durante os dias de expediente. Em março, Pisseti tirou férias e o candidato que apoiou, Fernando Lugo, venceu as eleições.
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