O ministro Fernando Pimentel afirmou nesta quarta-feira (18) que não vê conflito de interesse entre manutenção de sua empresa de consultoria e a atividade no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Pimentel argumentou que a P21-Consultoria e Projetos Ltda., com sede em Belo Horizonte, está “praticamente está inativa”. O ministro disse também que não pensa em alterar o objeto social da empresa.

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“Não há motivo para isso, ela não tem contrato com ninguém”, afirmou Pimentel, que participou, em Ipatinga (MG), da inauguração da segunda linha de galvanização da Unigal Usiminas

O ministro é dono de 99% da P21e seu ex-assessor na prefeitura de BH, Otílio Prado, detém 1%. Em dezembro do ano passado houve uma alteração no contrato e Otílio assumiu a gestão da empresa. As participações e o objeto social foram mantidos.

“Ela está ativa, mas eu estou fora da administração dela. E ela não tem mais contrato, então praticamente está inativa. Ela só não está totalmente inativa, porque ainda paga as contribuições do INSS para mim e para o sócio”, argumentou Pimentel, para quem não há nenhum problema no fato.

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De acordo com o ministro, foi a empresa de consultoria que garantiu seu sustento e de sua família no período em que deixou a prefeitura da capital mineira até assumir o Ministério.

“Obviamente que eu não acho errado. Isso é uma atividade normal, uma atividade empresarial como outra qualquer. Nós não podemos vedar às pessoas (o direito) de ganhar a vida no momento em que elas saem da vida pública e vão para a vida privada, senão você teria que impor uma quarentena eterna aos ex-ministros”, disse.

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Questionado sobre o rendimento da P21 nesse período, Pimentel desconversou. “Foi um rendimento compatível com a atividade dela, não foi nada extraordinário”, disse.

O ministro reiterou que a existência da consultoria foi comunicada à Comissão de Ética Pública e tratou a consultoria como um negócio encerrado.

“Eu não tenho, eu tinha uma empresa de consultoria que deu sustento a mim e á minha família nos dois anos de intervalo entre a minha saída da prefeitura e o momento em que eu assumi o Ministério”, destacou. “Uma atividade perfeitamente legal. Nesses dois anos eu era um cidadão comum, toda a minha prestação de contas foi aprovada, a declaração de rendas é feita normalmente e a comissão de ética do serviço público tem conhecimento disso, não vejo problema nenhum.”