O candidato do PT ao governo de Minas Gerais, Fernando Pimentel, em entrevista exclusiva ao jornal mineiro O Tempo publicada nesta quarta-feira, 16, afirmou que, em linha com o desejo de ter uma maior participação da população nas decisões do governo estadual, se eleito, vai criar o Orçamento Participativo Digital estadual, ferramenta da qual já foi gestor enquanto prefeito de Belo Horizonte entre 2003 a 2008.

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Na entrevista, o candidato petista diz que a prioridade em sua campanha é ouvir as demandas do povo para a construção de seu programa de governo definitivo. O também ex-ministro criticou duramente a inconstitucionalidade da Lei 100, que efetivou, em 2007, cerca de 98 mil servidores do Estado de Minas Gerais e todos aqueles que não prestaram concurso público para a função que ocupam devem deixar o cargo.

“A Lei 100 é o melhor exemplo da irresponsabilidade administrativa que marcou esse período em Minas. Os 100 mil servidores que foram atingidos são vítimas dessa irresponsabilidade, pois vão se ver daqui a um ano sem os seus contracheques e sem empregos, sujeitos a fazer concurso público, sendo que muitos poderão passar e muitos outros, não. Isso é um problema grave que vamos ter que enfrentar”, disse.

Pimentel não quis afirmar se fará alterações no número de pastas do governo estadual, mas disse que uma redução de custos do Estado poderá ser feita, desde que a população não fique sem serviços públicos de qualidade. Sobre mudanças na sede administrativa de Minas Gerais – hoje as secretarias ficam na Cidade Administrativa, complexo arquitetônico projetado por Oscar Niemeyer, com orçamento estimado em cerca de R$ 2 bilhões, o político falou que “não quer ser leviano de dizer se a cidade administrativa é boa ou ruim”.

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“Queria fazê-la (a construção) ouvindo cada um de Minas. Você, mineiro, foi consultado sobre a decisão de construir um novo centro de poder que custou quase R$ 2 bilhões? Se a resposta for não, acho que a decisão foi errada. Foi muito dinheiro, uma decisão que mexeu com a vida de muitas pessoas, sem consulta popular”, declarou.

O candidato admitiu que a proposta de um salário mínimo regional para Minas é interessante e justa, mas quer avaliar se é factível. Além disso, quer revisar o cálculo da exigência da aplicação de recursos de pelo menos 25% da receita tributária em educação, que hoje inclui os gastos com pagamentos de aposentados.

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“Possivelmente não conseguiremos fazer de imediato, vamos ter que ter um prazo para adequar. Como eu disse, temos consciência de que vamos pegar as contas em estado muito lastimável”, enfatizou. Pimentel ainda comentou que, por conta de seu histórico político, terá facilidade de relacionamento com o governo federal, se eleito.

“Veja o que nós fizemos quando eu era prefeito de Belo Horizonte. Nós tínhamos um governo federal do meu partido e um governo estadual do PSDB. Nós construímos uma excelente relação com os dois níveis de governo, integramos as políticas públicas do município com as políticas estadual e federal”, explicou.