O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel divulgou nesta tarde nota oficial em que anuncia a decisão de processar o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra, por calúnia e injúria. Em entrevista publicada hoje no jornal “Zero Hora”, de Porto Alegre, Serra reafirmou que a violação do sigilo fiscal do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, foi determinada pelo PT. “É estratégia do PT. Eles tinham montado um grupo de dossiê sujo”, acusou o tucano. “Isso é jogo sujo, e o PT estava montando isso e foi descoberto. Tudo coordenado por um personagem importante do PT, que é o Fernando Pimentel. Não é um Zé Ninguém”, concluiu.
“Repudio com veemência as declarações do candidato à presidência José Serra, concedidas à imprensa ontem, as quais fazem referências ao meu nome como articulador de uma operação inexistente e a qual repilo com a convicção dos meus 40 anos de trajetória política”, escreveu o petista.
No documento, ele afirma, ainda, lamentar que “a oposição encontre discurso eleitoral apenas em acusações infundadas e ilações morais contra membros do PT”. Acusa Serra de mostrar “desequilíbrio ao disparar insinuações caluniosas e ultrapassar os limites da responsabilidade de quem se declara um homem público experiente e preocupado com as questões maiores do Brasil”. Por fim, sustenta que as declarações do tucano são “falsas e caluniosas” e promete tomar as “providências judiciais cabíveis”.
Articulador
Pimentel desempenha papel de protagonista na campanha da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, de quem se aproximou na juventude, quando ela morava na capital mineira. A amizade os reaproximou e ele se tornou um dos principais articuladores da campanha presidencial, em parceria com os deputados Antonio Palocci (PT-SP) e José Eduardo Cardozo (PT-SP), e o presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra.
Fernando Pimentel também protagonizou um ato de sacrifício em nome do partido: renunciou a uma candidatura competitiva ao governo de Minas Gerais, conquistada nas prévias partidárias – em que derrotou o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias – em nome da aliança nacional com o PMDB. Ele se viu forçado pela direção nacional do PT a ceder a vaga ao ex-ministro das Comunicações Hélio Costa (PMDB) e ingressou na disputa ao Senado.