O candidato ao governo de Minas Gerais pelo PSDB, Pimenta da Veiga, lançou nesta quarta-feira, a quatro dias do pleito, seu programa de governo intitulado “Minas Gerais – Terra de oportunidades”, que tem educação e infraestrutura como propulsores para o desenvolvimento do Estado. Dentre as propostas, estão a capitalização de ativos ambientais do Estado, como a água, com proposta, inclusive, de vendê-la.

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De acordo com informações no documento do tucano, os principais rios das maiores bacias mineiras – como o São Francisco, Grande, Paranaíba, Jequitinhonha, Doce, Mucuri e Pardo – fluem para Estados vizinhos. “Minas recebe 1,57 quilômetros cúbicos ou 1,57 trilhão de litros por ano e doa 160 quilômetros cúbicos ou 160 trilhões de litros/ano”, informa o programa, citando que o Estado onde ocorre a maior vazão é o Espírito Santo, com 417,05 metros cúbicos por segundo. “Minas precisa usar a sua água de forma estratégica e até com peso político. Se nós abastecemos de água todo o Sudeste, parte do Centro-Oeste e até o Nordeste, nós temos que saber usar esse privilégio. Temos que estimular o aumento do volume de água no Estado, através do Bolsa Verde”, ressaltou a jornalistas, depois do evento, no comitê central, no bairro de Gutierrez.

Segundo ele, se eleito, o governo irá financiar quem tratar e proteger suas nascentes. “Nós queremos aumentar a produção de água de Minas Gerais e depois termos os benefícios. Isso pode ser um bem econômico, político, um bem energético, há varias formas de usar a água”, comentou. Ele ainda afirmou que a capitalização pode ser em venda da água destas origens. “Se vamos gastar dinheiro para aumentar a água, é evidente que isso vai ter um valor econômico”, ressaltou.

Etanol, estatais e orçamento

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No programa de governo também consta um item relacionado ao apoio a um projeto de lei do governo do Estado, propondo reduzir para 14% a carga tributária do álcool hidratado (etanol). A Assembleia Legislativa de Minas Gerais recebeu apenas ontem uma mensagem, em plenária, do governador Alberto Pinto Coelho (PP), que vem apoiando os tucanos, do PL 5.494/14, que prevê que a alíquota de ICMS sobre o etanol passará de 19% para 14%.

Como medida compensatória à redução de alíquota do produto, o projeto propõe a alteração do ICMS sobre a gasolina, que subirá de 27% para 29%. A proposição será analisada pelas Comissões de Constituição e Justiça e de Fiscalização Financeira e Orçamentária.

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Perguntado sobre a coincidência, Pimenta disse: “Não quero ter privilégio da ação em especifico, eu quero que essas coisas aconteçam em Minas Gerais. Quanto mais cedo acontecer, melhor”, declarou. Com relação à origem dos recursos para colocar as diversas medidas em prática, o candidato do PSDB ressaltou que o programa foi “feito com preocupação fiscal”. “Tudo o que está projetado tem origem orçamentária. Em qualquer ponto buscamos fontes orçamentárias”, falou.

Questionado sobre o motivo do lançamento do programa só agora – a previsão era 8 de setembro -, Pimenta disse que foi em respeito ao eleitor. “Mas os outros não lançaram. Estamos até sendo pioneiros nisso. O que nós queremos é que as pessoas saibam o que nós pretendemos fazer”, enfatizou. O documento teve como coordenador geral o ex-ministro do Trabalho do governo Fernando Henrique Cardoso (FHC) e professor da Fundação Dom Cabral Paulo Paiva e como coordenador executivo, Thiago Bregunci.

Pimentel

Em um intervalo de encontro com representantes da Polícia Civil do Estado, o candidato ao governo pelo PT, Fernando Pimentel, que lidera as pesquisas de intenção de voto no Estado, minimizou a importância da apresentação de um plano de governo neste momento. “Eu acho que a essa altura, a quatro dias da eleição, fazer um ato simbólico de lançamento de programa de governo acrescenta pouco. Eu acho que a população já tem informação suficiente para isso”, declarou aos jornalistas, em seu comitê, no centro da capital mineira.

Informado de que no plano de seu adversário consta a intenção de vender a água das nascentes de Minas, Pimentel discordou em partes. “Ganhar dinheiro com água é a última coisa que nós vamos pensar. Primeiro temos que pensar em como recuperar mananciais e ter água para a população. Depois, obviamente se isso for possível, transformar a água num negócio lucrativo que é objetivo de mercado, mas isso é o final da história, não pode ser o começo”, afirmou.