Até então com discurso de que só decidiria sobre reeleição em 2016, o líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), anunciou que disputará novamente o posto em fevereiro, quando estão previstas eleições de novos líderes partidários e presidentes de comissões permanentes na Casa. Uma das principais estratégias para se manter no cargo até lá e conseguir se reeleger será manter deputados do PMDB do Rio que estavam licenciados e retomaram os mandatos no início de dezembro para apoiá-lo.

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Após articulação com a cúpula do PMDB fluminense, considerada pró-governo, Picciani afirmou que os deputados Marco Antônio Cabral (filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral) e Pedro Paulo vão ficar no cargo pelo menos até o julgamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara. Os dois ocupavam cargos em secretarias de Estado do Rio e da capital carioca, respectivamente, mas pediram exoneração para voltar à Câmara e apoiar a recondução de Picciani à liderança do PMDB.

Picciani foi destituído do posto de líder do PMDB na Câmara após articulação de deputados da ala pró-impeachment do partido. Com o aval do vice-presidente da República e presidente nacional da legenda, Michel Temer, esses parlamentares apresentaram lista com 35 assinaturas, derrubando o deputado fluminense e indicando Leonardo Quintão (MG) ao posto. Oito dias depois, contudo, Picciani apresentou nova lista com apoio de 36 deputados do PMDB e foi reconduzido ao posto.

Para retomar o posto, o parlamentar fluminense contou com ajuda direta do Palácio do Planalto. A presidente Dilma Rousseff escalou ministros do PMDB, como Kátia Abreu e Helder Barbalho, governadores e parlamentares aliados. Eles conseguiram convencer sete deputados peemedebistas que tinham apoiado Leonardo Quintão a mudarem de ideia e assinarem a nova lista que reconduziu Picciani ao posto. A estratégia dificultou a retomada da liderança da sigla na Casa pela ala pró-impeachment.

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À frente do movimento que tenta derrubar Picciani, os deputados Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA) e Osmar Terra (PMDB-RS) já estão colhendo assinaturas para tentar reconduzir Quintão ao cargo de líder do PMDB. Eles contam principalmente com a saída de Marco Antônio Cabral e Pedro Paulo para conseguir retomar a liderança do PMDB na Câmara. “Quero ver até quando eles conseguem segurar os secretários aqui”, diz Osmar Terra. Eles apostam que os dois se licenciem dos mandatos durante o recesso.

Para conter esse movimento, Picciani articulou a permanência de Cabral e Pedro Paulo na Câmara. “Eles vão ter que disputar a liderança comigo agora no voto em fevereiro”, diz o líder. Além de atrapalhar o movimento para derrubá-lo, Picciani dá mais uma demonstração de apoio a Dilma. Isso porque os parlamentares fluminenses são da ala do PMDB contrária ao impeachment e, ao se manterem no mandato, podem ajudar a petista a barrar o processo de afastamento na Câmara.

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