Em menos de vinte e quatro horas, o PFL cancelou e reconvocou a convenção estadual do partido para a próxima sexta-feira, dia 4, que terá um bate-chapa entre o deputado federal Abelardo Lupion e o ex-secretário da Casa Civil Alceni Guerra.

O motivo da reviravolta foi um artigo no estatuto do partido estabelecendo que a comissão provisória nomeada anteontem sob o comando do deputado estadual Nelson Justus teria a prerrogativa de escolher o futuro presidente do partido. Na correlação interna de forças, se prevalecesse o estatuto, Lupion teria nove dos 11 votos dos integrantes da provisória. Os 270 delegados dos diretórios do partido no interior e Curitiba não teriam direito a voto na escolha do próximo presidente, que seria realizada em noventa dias.

Em desvantagem, Guerra exigiu a realização da convenção anteriormente agendada. Os outros dois candidatos, o deputado estadual Durval Amaral e o ex-deputado Luciano Pizzatto, desistiram de disputar o diretório para apoiar Lupion. Entre a bancada estadual, o ex-secretario da Casa Civil tem apenas o apoio do deputado Rafael Greca, que não irá participar da convenção. Justus decidiu que irá ficar neutro. Guerra, entretanto, montou uma chapa fortalecida por prefeitos e vereadores do partido no interior.

Identidade

Lupion disse que concordou com a reconvocação da convenção porque o adversário insistiu em inscrever sua chapa. O prazo terminava à meia-noite de ontem. Para o deputado federal e atual vice-presidente do partido, a proposta do ex-secretário da Casa Civil não se encaixa no PFL. Lupion referia-se a disposição de Guerra, de reaproximar o partido do governo Roberto Requião (PMDB). “Nós temos que manter a nossa identidade, mas não podemos deixar que o PMDB passe a ter influência sobre o PFL”, justificou o deputado.

Guerra afirmou que os aliados de Lupion ressuscitaram um artigo do estatuto que nunca foi aplicado pelo PFL e que diante disso, não teve outra alternativa a não ser defender a realização da convenção. O ex-secretário acha que sua sustentação entre os prefeitos e vereadores pode garantir a presidência do partido na próxima sexta-feira, na convenção quer será realizada no restaurante Madalosso, em Curitiba.

O ex-secretário da Casa Civil defende uma guinada do PFL para o que chamou de “centro esquerda”. De acordo com Guerra, o partido precisa apagar a marca de “direita” que impede seu crescimento no Estado e o afasta de setores progressistas. “Com a convenção, o PFL terá duas opções:pode ganhar uma nova cara com o nosso grupo, ou reforçar sua fama de direita com o Lupion”, atacou.

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