Apesar da reunião marcada para segunda-feira (10), justamente para discutir se o partido participa ou não da base de apoio ao prefeito Beto Richa (PSDB) na Câmara Municipal, a bancada de vereadores, à exceção de Fábio Camargo, não interrompeu o diálogo com a nova administração. Julieta Reis, Roberto Hinça, Sabino Picolo e Geraldo Bobato se reuniram ontem, mais uma vez, com o secretário de Governo, Ricardo MacDonald Ghisi, e depois foram recebidos pelo prefeito Beto Richa.
O vereador Sabino Picolo classificou a conversa como "cordial e bastante franca". Segundo ele, o prefeito demonstrou "boa vontade em relação às nossas reivindicações" e há disposição, de ambas as partes, em manter um relacionamento o mais harmônico possível. O vereador desmentiu que a desinteligência surgida nos últimos dias tivésse alguma coisa a ver com as indicações para as administrações regionais: "O prefeito deixou bem claro que as escolhas seriam suas, pessoais, e que ele privilegiaria perfis técnicos para os cargos. Desta maneira, garantiria atuações efetivamente voltadas para as necessidades da cidade, e não para os interesses deste ou daquele grupo político". Picolo admite que seu partido espera contar com alguma participação no governo, juntamente com as outras legendas que apoiaram Richa no primeiro ou no segundo turno das eleições municipais, e que vai aguardar uma posição do prefeito a respeito. Em seu entender, tudo sinaliza para a superação das divergências e para que seu partido integre a base de apoio no Legislativo municipal.
O assunto será discutido mais profundamente na reunião de segunda-feira, da qual participarão representantes do diretório regional e deputados: "O assunto principal será o relacionamento da bancada do PFL com Richa, mas vamos avaliar também o desempenho do partido nas eleições de outubro passado e as perspectivas de aliança para 2006. Tudo isso deverá ser colocado na mesa de discussões", adianta.
Os questionamentos sobre a participação no governo foram levantados pelo vereador Fábio Camargo, sob o argumento de que os vereadores estavam sendo excluídos das negociações. Ele afirmou que a intenção não era pedir mudança nas nomeações feitas pelo prefeito, "mas sim participar do processo decisório". A se julgar pelas conversas de ontem, os ânimos estão mais serenos e já não se fala em crise, e sim em "ajustes".