O PFL começa a desembarcar do compromisso de apoio à aliança com o PSDB em torno da pré-candidatura do senador Osmar Dias ao governo do Estado. Apesar de o presidente estadual do partido, deputado federal Abelardo Lupion, continuar sustentando a posição de que o partido aposta na candidatura de Osmar, há outras vozes no PFL prontas a fechar um acordo com o pré-candidato do PPS ao governo, Rubens Bueno.
O vice-presidente estadual do partido, deputado estadual Durval Amaral, afirmou que a bancada estadual do PFL entende que o momento é de definições e que está na hora de apressar o acordo com o PPS. A aproximação do PSDB ao PMDB PPS e os sucessivos encontros do governador Roberto Requião com o senador Osmar Dias encorajou parte do PFL a buscar um acordo com o PPS.
Amaral afirmou que Lupion quer esperar Osmar, que depende da convenção nacional do PDT marcada para o próximo dia 19, para saber se o partido manterá a candidatura a presidente da República do senador Cristóvam Buarque, mas uma boa parte do PFL acha que as bases políticas para um acordo com o PPS já estão dadas. O PPS desistiu da candidatura do deputado federal Roberto Freire e irá apoiar o pré-candidato tucano à sucessão presidencial, Geraldo Alckmin. Está livre para compor no Paraná com o PFL, que indicou o vice – senador José Jorge – de Alckmin.
Ao contrário do PDT, os empecilhos para uma aliança com o PPS foram todos superados, comparou Amaral. "Há um compromisso oficial do PFL com o senador Osmar Dias. Mas existe um imperativo de ordem legal, a candidatura do senador Cristóvam, que impede", afirmou o dirigente do PFL. Amaral citou que o PFL poderá indicar o candidato a vice-governador ou ao Senado na chapa encabeçada por Bueno. "Por enquanto, ainda não estamos discutindo nomes", comentou.
Explosão
Amaral não esconde a irritação com o processo de negociação entre PSDB e PMDB para uma aliança estadual, que pode resultar num palanque único entre tucanos e peemedebistas para a reeleição do governador Roberto Requião (PMDB). "É uma aliança que não se explica. O PSDB sempre teve postura de oposição ao governo. A aliança enfraquece o PSDB e corre o risco de implodir a candidatura do PMDB. Se vier a acontecer, os candidatos vão ter que passar a campanha se explicando. É suicídio político", afirmou.
Ainda de acordo com Amaral, não há lógica em um palanque único entre tucanos e peemedebistas no Estado. "Todo acordo que eles vierem a fazer passa a ser suspeito", afirmou o deputado pefelista, aludindo ao fato de o PSDB e o PMDB terem disputado as eleições como adversários nos últimos anos.