A Polícia Federal vai investigar a onda de boatos que percorreu vários estados de que o Bolsa Família seria encerrado. Desde sábado, 18, o rumor de que o programa de transferência de renda seria finalizado levou milhares de beneficiários a procurar a Caixa Econômica Federal para sacar o benefício deste mês.
A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, negou a possibilidade de suspensão dos benefícios e garantiu que o calendário de pagamentos continua em vigor. “Não existe qualquer motivo – seja operacional ou de alteração de política – que justifique a população ficar preocupada e se dirigir às agências bancárias.” Ela orientou que as famílias sigam as datas estabelecidas no calendário, entregue anualmente.
Apesar de dizer que a presidente Dilma Rousseff está monitorando o assunto e que o Bolsa Família é um dos principais programas do Executivo, Campello acredita que os boatos não afetam a imagem do governo. “Essa atitude prejudica a população, não prejudica o governo. A população é quem mais sofre com isso”, colocou.
Polícia
Questionada se a origem do boato poderia ter alguma motivação política, Campello afirmou que “não adianta tentar antecipar” e que o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, informou que a PF já iniciou a investigação da prática de crime no episódio.
“Esperamos que tenha sido um mal entendido. Eu não consigo entender o que alguém ganharia divulgando esse tipo de informação. O Bolsa Família está consolidado, é um programa de sucesso.” Campello disse que está garantido o orçamento do programa para este ano, que é de R$24 bilhões.
A corrida ao banco aconteceu principalmente nas capitais do Nordeste, além de algumas do Norte e no Rio de Janeiro. Dados parciais da Caixa e do ministério, atualizados ontem, apontam o Ceará como o Estado mais prejudicado, onde 34 agências tiveram problemas. Lá estão mais de um milhão das 13,8 milhões de famílias atendidas pelo programa no País.