A Polícia Federal (PF) decidiu investigar a suposta invasão por um hacker de Brasília ao e-mail pessoal da presidente Dilma Rousseff, hospedado no servidor UOL. A invasão teria ocorrido no ano passado, quando Dilma era candidata do PT à Presidência.
“O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para apurar a suposta invasão do correio eletrônico pessoal da presidenta Dilma Rousseff por hacker”, informou, por meio de nota, o Ministério da Justiça.
O Palácio do Planalto preferiu não se manifestar sobre o episódio, deixando o caso para a PF. De acordo com assessores, trata-se de um caso de polícia que deve ser tratado como tal.
Reportagem publicada na edição desta quinta-feira (30) do jornal Folha de S.Paulo revelou que um hacker teria invadido o e-mail de Dilma e copiado cerca de 600 mensagens recebidas por ela durante a campanha eleitoral.
A invasão só foi possível porque o hacker se “abasteceu” de informações nos computadores, também invadidos, do Diretório Nacional do PT. As máquinas do partido possuem informações reservadas sobre o cadastro de seus filiados, inclusive de Dilma.
O diretório nacional do PT confirmou hoje, por meio de assessoria, que teve o site invadido por um hacker antes da eleição, no primeiro semestre do ano passado. O partido informou que comunicou a invasão à PF para que fossem tomadas providências. Desde então, o sistema de segurança foi reforçado e nenhum outro ataque ocorreu, segundo a assessoria.
O teor das mensagens franqueadas pelo hacker à reportagem não revelou, até o momento, nada comprometedor: eram apenas assuntos referentes a agenda de campanha ou manifestações de solidariedade na campanha.
O correio eletrônico do ex-ministro José Dirceu também foi supostamente acessado. A PF, que possui um núcleo de combate a crimes cibernéticos e especialistas na área, vai tentar rastrear o invasor e a estratégia utilizada para capturar as mensagens de Dilma ou endereçadas a ela.