PF prende em Maringá o ex-prefeito Jairo Gianoto

A Polícia Federal prendeu ontem o ex-prefeito de Maringá, Jairo Morais Gianoto, condenado a 14 anos pelos crimes de desvio de dinheiro público, formação de quadrilha e sonegação fiscal. Gianoto está sob custódia da Delegacia de Polícia Federal de Maringá, à disposição da Justiça. O seu ex-secretário da Fazenda, Luiz Antônio Paolicchi, também teve expedido contra ele mandado de prisão pelo juiz da Vara Criminal Federal de Maringá, Rafael Cazelli de Almeida de Carvalho. Até o fim da tarde de ontem, Paolicchi, condenado a 12 anos e meio de prisão pela participação nos esquemas do ex-prefeito, não tinha sido encontrado.

O advogado de Paolicchi entrou em contato com a PF de Maringá, dizendo que o ex-secretário se comprometeu a se apresentar o mais breve possível, porém, policiais federais continuavam a procurá-lo. Além de Gianoto e Paolicchi, a mulher do ex-prefeito, Neuza Aparecida Duarte Gianoto, Jorge Aparecido Sossai, Rosimeire Castelano Barbosa e Jorge Sanches Ouverney foram condenados. Os réus podem recorrer da decisão.

De acordo com a sentença, os desvios de recursos do município realizados pelos réus em benefício de Gianoto somaram R$ 1.885.945,60 e foram dissimulados por meio de cheques de contas correntes da prefeitura de Maringá, que eram depositados em contas indicadas pelo ex-prefeito, na época de sua gestão, de 1997 a 2000. O ex-secretário da Fazenda, Paolicchi, assim como outros dois funcionários da prefeitura, o ex-diretor financeiro do município, Jorge Aparecido Sossai, e a tesoureira, Rosimeire Castelano Barbosa, emitiam cheques de titularidade do município de Maringá, repassando os valores arrecadados pelo município para o acusado Gianoto, para a esposa do ex-prefeito, Neuza Aparecida Duarte Gianoto, ou para terceiros por ele indicados para pagamento de suas despesas pessoais, aquisição de bens, produtos e serviços.

"Tais pessoas, no exercício de suas respectivas funções públicas, associaram-se de forma estável e contínua para o fim de praticarem crimes de desvio de verbas públicas municipais", consta nos autos. O juiz federal expediu também mandado de seqüestro dos bens adquiridos com o desvio de verbas e a perda de cargos públicos eventualmente ocupado pelos réus, bem como a inabilitação dos réus, pelo prazo de cinco anos, para o exercício de cargo ou função pública.

Fato Notório

Em sua sentença, o juiz lembrou o "fato notório, amplamente divulgado na impressa local e nacional, ocorrido na sede desta Subseção Judiciária Federal de Maringá", no qual Paolicchi fugiu para Itália ao saber de uma sentença de prisão em 2000, retornando ao Brasil e sendo capturado pela Polícia Federal em Florianópolis, no final daquele ano. O ex-secretário ficou preso por pouco mais de quatro anos e meio, condenado na ocasião por peculato, lavagem de dinheiro e sonegação fiscal. O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região havia o condenado à 11 anos e oito meses de prisão, mas a pena foi reduzida por bom comportamento, ganhando liberdade condicional em abril do ano passado. Os passaportes de Paolicchi foram recolhidos.

As acusações de desvio de recursos que levaram à prisão anterior de Paolicchi aconteceram na gestão de Jairo Gianoto na administração de Maringá, entre 1997 e 2000, e fazem parte de uma série de irregularidades apontadas pelo Ministério Público na gestão municipal.

Condenações

Além de Gianoto e Paolicchi, Neusa foi condenada a sete anos de reclusão e Ouverney a 5 anos, ambos em regime semi-aberto. Sossai e Rosimeri foram condenados a nove anos em regime fechado.

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