A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje a Operação Atlântida, que busca desarticular uma suposta organização criminosa de empresas ligadas a fraudes em licitações e ao desvio de verbas federais em Mato Grosso. A investigação da PF foi feita em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU), que estima um prejuízo aos cofres públicos superior a R$ 38 milhões. Até as 10 horas, seis pessoas já haviam sido presas em Cuiabá.
O inquérito policial foi instaurado em fevereiro deste ano para apurar uma suposta associação de empresas que atuam no Vale do Araguaia, no leste do Estado, voltadas para o desvio de verbas públicas e fraudes em processos licitatórios nos municípios da região. O suposto esquema contava com a participação de servidores públicos e de um funcionário da Caixa Econômica Federal (CEF).
Além das fraudes nos processos licitatórios, a investigação afirma que o desvio de recursos ocorria por meio da execução incompleta da terraplenagem nas obras de pavimentação com asfalto. A técnica consistia em fazer espessuras bem menores nas camadas de base e sub-base do pavimento, fraude que contava com a participação dos projetistas e dos fiscais das obras.
A 3ª Vara Federal da Seção Judiciária em Mato Grosso expediu 26 mandados de prisão temporária, 35 mandados de busca e apreensão nos municípios de Cuiabá, Barra do Garças, Pontal do Araguaia, Canarana, Novo São Joaquim e Ribeirãozinho. Também foi decretado o sequestro dos bens de 33 investigados, sendo 26 pessoas físicas e sete jurídicas.
Os suspeitos podem responder por peculato, corrupção ativa e passiva, formação de quadrilha, fraude em licitação, falsidade ideológica e advocacia administrativa, entre outros crimes. O material apreendido durante a operação será analisado pela PF e pela CGU. O inquérito policial sobre o caso deve ser concluído em até dez dias.