A Polícia Federal decidiu abrir inquérito para apurar o vazamento de uma operação destinada a investigar suposto desvio de dinheiro público em obras em aeroportos do País, contratadas pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). A investigação corria há dois anos sob segredo de Justiça mas, no final de semana, na sua fase mais crítica, quando a Justiça determinou a realização de buscas e apreensões nos escritórios e residências dos alvos, a notícia foi publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo”.

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A PF considerou o vazamento altamente prejudicial às investigações e vai verificar se houve má-fé na divulgação precipitada das buscas, o que em tese beneficiaria os suspeitos. Segundo a PF, vazar informação policial ou sob segredo de Justiça é crime tipificado pelo Código Penal, com pena que pode chegar a três anos de reclusão. Projeto de lei em tramitação no Congresso eleva essa punição para até quatro anos de reclusão.

A pena é agravada quando o vazamento é deliberado para beneficiar réus. Se o responsável for policial ou servidor público, estará sujeito ainda a sindicância interna e processo administrativo disciplinar, que pode resultar em demissão do emprego.

Na operação, a PF investiga o suposto superfaturamento, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O valor do desvio é estimado em cerca de R$ 500 milhões.

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As buscas e apreensões em endereços dos alvos, em quatro Estados e no Distrito Federal, foram autorizadas pela 12ª Vara da Justiça Federal, em Brasília. A ação policial deverá atingir grandes construtoras que realizam obras de construção e reformas em aeroportos, licitadas na gestão do ex-presidente da Infraero, deputado Carlos Wilson, morto em abril passado.

A operação deverá envolver um grande número de policiais federais nas buscas em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Mato Grosso do Sul e Bahia.

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