A Polícia Federal intimou para depor amanhã o empresário Fábio Baracat, que acusou Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, de cobrar “taxa de sucesso” e pagamentos mensais de R$ 25 mil, para ajudar a empresa de transporte aéreo MTA a ampliar seus negócios nos Correios. A denúncia foi publicada na revista Veja e seu autor, Diego Escostegui, foi ouvido ontem por duas horas.

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Também está intimado a prestar esclarecimentos o ex-diretor de Operações dos Correios, Eduardo Arthur Rodrigues Silva, suspeito de ser testa de ferro de empresas do argentino Alfonso Rey, que vive em Miami, conforme reportagem publicada no jornal O Estado de S.Paulo no último domingo. Rey seria sócio oculto da MTA, já que a lei brasileira proíbe que estrangeiros detenham mais de 20% do capital de empresas do setor. O horário dos depoimentos ainda não está marcado.

Israel, que segundo os informantes agia usando o nome da mãe, teria também ajudado a MTA a renovar licença de voo na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Com sua ajuda, a empresa teria obtido nos Correios contratos no montante de R$ 59 milhões, um deles, de R$ 19,6 milhões, sem licitação. A PF solicitou cópias dos contratos e aditivos firmados pela estatal com as empresas MTA e Via Net, outra suspeita de ter sido beneficiada pelo lobby.

A PF requereu também da Anac cópia dos processos de concessão de licenças de voo da MTA e, na Junta Comercial de Brasília, pediu a cópia do contrato social da Capital Assessoria, empresa registrada em nome de Saulo Guerra, irmão de Israel, acusada de envolvimento nas intermediações ilegais.

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